Opinião
Socorro, ele falou!
Os candidatos presidenciais da esquerda agitaram-se porque Cavaco falou. Depois de o acusarem de usar uma mordaça, agora criticam-no porque abriu a boca. O PS começou desde já uma espécie de dança da chuva, pedindo que o candidato seja penalizado com trov
Esquece-se de uma coisa: dar ideias é diferente de as exercer. E ao Presidente da República não se pede que seja um entusiasmado corta-fitas ao serviço do Governo. Supõe-se que, no Largo do Rato, se está a ensaiar uma nova peça de teatro com o título «Socorro, ele falou!». Será que o PS está convencido que, se for eleito, Cavaco intervirá muito mais no poder executivo do que, se em Belém, estiver Soares que ainda se vê como o «pai fundador» do partido dirigido por José Sócrates? O país não precisa de um Presidente que entre mudo e saia calado de Belém. Necessita de alguém que tenha ideias, que devem ser partilhadas num momento crucial de desorientação sobre o nosso modelo de futuro numa economia mundial onde temos falta de músculo. Cavaco Silva, que pensa que as palavras não são almoços grátis, talvez tenha falado antes de tempo. Mas o certo é que agitou o marasmo em que vivemos. Mesmo quando se fala dos perigos da Autoeuropa sair do país.
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