Opinião
Serão os Aceleradores de Startups os novos MBAs?
Bolonha veio dar novas saídas profissionais aos estudantes. Se antigamente os estudantes tinham de ficar 5 anos na universidade para ver o seu trabalho reconhecido, hoje podem ficar 3
Bolonha veio dar novas saídas profissionais aos estudantes. Se antigamente os estudantes tinham de ficar 5 anos na universidade para ver o seu trabalho reconhecido, hoje podem ficar 3, garantir a formação académica mínima e desenvolver um projeto e validá-lo mais tarde nos aceleradores de startups existentes pelo mundo inteiro.
Os formatos destes aceleradores variam em termos de duração, metodologias e proposta de valor, mas todos têm os mesmos objetivos, validar o modelo de negócio, aumentar exponencialmente o network, oferecer condições de trabalho em ambientes criativos e expor a ideia a investidores, quer sejam Business Angels quer sejam Venture Capitalists.
Portugal tem-se vindo a posicionar a nível mundial neste segmento de mercado com várias iniciativas, tanto a nível de infraestruturas com investimentos avultados em incubadoras com serviços de aceleração (exemplo o IPN com o programa Ineo-start), como em programas de aceleração de qualidade mundial, como é o Lisbon-Challenge que terá nova edição a iniciar em setembro.
As startups saem destes processos de aceleração capacitadas com ferramentas relevantes para a prossecução do seu projeto, juntando às suas competências novas metodologias de Lean Startup, Business Model Canvas, Validation Board, entre outras, e uma carteira invejável de contactos para, no futuro, fazer crescer o seu negócio.
Este tipo de negócios cresce aprendendo com os erros. O objetivo é errar depressa e sem grandes custos. Nos aceleradores aprende-se com os erros dos outros, é-se inspirado por grandes oradores, "mentorado" por pessoas experientes nas diferentes áreas de negócio, conhecem-se novos mercados e diferentes modelos de investimento.
Assim, quando os "alunos-empreendedores" saem da universidade, têm agora alternativas à vida corporativa das grandes empresas (as únicas que ainda estão a contratar) e têm a possibilidade de validar os projetos que desenvolvem no âmbito das suas licenciaturas, saindo de um ambiente que ainda não desenvolveu ferramentas para servir os interesses deste novo tipo de estudantes.
Estes novos MBAs estão então preparados para gerir eficientemente o seu negócio e a fazê-lo crescer de uma forma que as universidades não podem, ainda, ajudar a fazer.