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19 de Maio de 2005 às 13:04

Ripa na rapaqueca

Atravessamos neste momento uma época futebolística plena de emoções, com muitas alegrias e algumas tristezas, à qual ninguém parece andar indiferente.

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Atravessamos neste momento uma época futebolística plena de emoções, com muitas alegrias e algumas tristezas, à qual ninguém parece andar indiferente.

Com o Benfica finalmente à beira de se sagrar campeão pela primeira vez em 11 anos e o meu Sporting na final da Taça UEFA – é verdade estamos mesmo na final! –, o futebol passou definitivamente a ser – onde não era já! –, o tema de conversa preferido.

De tal ordem andam os ânimos exaltados que até o estado de coisas do país, nomeadamente as finanças públicas, foram momentaneamente remetidas ao esquecimento. De facto, o pensamento, a preocupação, a emoção do futebol tem funcionado quase como uma anestesia epidoral em pelo menos 9 milhões de portugueses (a acreditar que os adeptos benfiquistas perfazem mesmo os 6 milhões...! ).

É como se estivéssemos já no bloco operatório preparados para a cirurgia. Estamos conscientes quer da inevitabilidade da cirurgia, quer da duração temporária do efeito da anestesia e no entanto, enquanto esperamos pelos médicos que tardam em chegar, alegramo-nos por adiar uma dor que sabemos se irá fazer sentir.

Nisto, chegam os dois cirurgiões que, para grande espanto dos doentes, discordam ainda e discutem sobre o procedimento da inevitável cirurgia. O primeiro defende a urgência de uma cirurgia de fundo, se necessário até com recurso à serra eléctrica a fim de cortar alguns ossos que sofram de doença crónica em estado demasiadamente avançado; porém, o segundo, o médico-chefe, parece estar mais preocupado com os traumatismos que a intervenção possa provocar nos doentes, já que não os preparou devidamente para uma cirurgia tão profunda.

Assistimos serenos à discussão dos dois e no entanto esta passa-nos ao lado pois a anestesia deixa-nos distraídos e até divertidos! Escusado será dizer-vos que anestesia é o futebol, os médicos representam respectivamente o Dr. Campos e Cunha e o Engº Sócrates e que a cirurgia em questão se trata obviamente da redução do défice. Ups...! Peço desculpa por vos fazer lembrar a maçada de termos que cortar quatro mil milhões de euros de despesa pública nos próximos anos.

( nem me atrevo a escrever em números não vá enganar-me na quantidade de zeros! ). Temos que concordar que este é um assunto maçador porque nos conduz imediatamente a outros igualmente maçadores, como sejam o aumento dos impostos ou o pagamento de mais portagens...

Há algum tempo atrás, nesta mesma coluna, alertei para o facto de termos um bom ministro das Finanças sob o ponto de vista técnico mas sem o devido peso político para exercer talvez o cargo mais ingrato do país. De facto, o Dr. Campos e Cunha só poderá ser eventualmente bem sucedido se, com coragem e determinação, o Primeiro-Ministro o apoiar contra tudo e contra todos, mesmo correndo o risco de "comprar" algumas guerras dentro do seu próprio partido...

Mas enquanto os médicos se decidem, voltemos ao que interessa. Será que o Liedson fez de propósito para não jogar na Luz? Deveria o Sporting ter sido mais ambicioso no jogo contra o Benfica? Houve ou não falta no livre que resultou no golo de Luisão? E como se explica a pronta reacção dos dirigentes do Sporting alegando que o golo do adversário é limpo? Irá o Benfica escorregar no Bessa e perder o título para o F.C.Porto? A confirmar-se o Benfica como campeão, iremos nós ver o Tejo pintado de encarnado...? Será que finalmente vamos ter os nossos três grandes clubes na liga dos campeões? E o sistema de arbitragens vai melhorar na próxima época? E as contratações...?

Como diria o grande Jorge Perestrelo, que tanta saudade deixa: "É disto que o meu povo gosta!"

FORÇA LEÕES! VAMOS GANHAR! E VIVA O SPORTING!

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