Opinião
Quem comprou parte de uma das jóias da coroa russa?
Numa operação relâmpago, a Rússia fez em Dezembro a maior privatização desde o início da década de 90. Vendeu 19,5% da petrolífera Rosneft a um consórcio de que fazia parte o fundo soberano do Qatar e a empresa suíça Glencore.
O negócio foi anunciado num encontro com transmissão televisiva entre Vladimir Putin e Igor Sechin, o líder da petrolífera. A transacção foi feita por um valor de 10,2 mil milhões de euros.
A venda seria feita a um veículo de investimento com sede em Singapura, detido em partes iguais pelo Qatar e pela Glencore. Mas Sergey Aleksashenko, um antigo responsável do banco central russo, citado pela Reuters, questionou que "como sempre, a principal questão em relação a esta transacção, soa da seguinte forma: quem é o comprador real de 19,5% da Rosneft?". É que os registos públicos da operação indiciam que a Glencore contribuiu apenas com 300 milhões para o negócio e que na estrutura do veículo que detém a participação há uma entidade baseada nas ilhas Caimão de que se desconhece o último beneficiário.
A Reuters contactou os envolvidos na operação, mas não obteve respostas. Na Rússia, este tipo de operações, que têm participações em cascata, são apelidadas de matrioskas. Falta saber qual a boneca mais pequena.
A venda seria feita a um veículo de investimento com sede em Singapura, detido em partes iguais pelo Qatar e pela Glencore. Mas Sergey Aleksashenko, um antigo responsável do banco central russo, citado pela Reuters, questionou que "como sempre, a principal questão em relação a esta transacção, soa da seguinte forma: quem é o comprador real de 19,5% da Rosneft?". É que os registos públicos da operação indiciam que a Glencore contribuiu apenas com 300 milhões para o negócio e que na estrutura do veículo que detém a participação há uma entidade baseada nas ilhas Caimão de que se desconhece o último beneficiário.
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