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Os tentáculos do Estado

António Borges disse ao “Público” que depois de se envolver activamente no PSD (em 2005), a Goldman Sachs, o banco para que trabalhava, perdeu os contratos que tinha com o Governo português. A informação circulava há muito nos bastidores da finança (jorna

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Até porque Borges, um dos melhores economistas e pensadores que Portugal tem, foi mais longe nas acusações: a Goldman nunca mais teve trabalho na área do Estado, nem sequer em empresas onde a sua presença é minoritária ou onde tem ‘golden-shares’ (o desmentido do ministro, que até tem feito um bom trabalho, não foi esclarecedor).

O episódio, demasiado factual, ilustra um dos maiores problemas da sociedade portuguesa: quem pensa de maneira diferente da linha oficial, fica a pão e água. Porque os tentáculos do Estado são longos. Muito longos.

Pouco importa que as coisas se tenham passado com o PS no poder. O PSD, quando por lá anda, faz coisas parecidas. É típico dos países pequenos, dir-se-á. Não. É típico dos países onde as relações entre o Estado e a  sociedade se regem por critérios de promiscuidade e impunidade (e ainda nos queixamos do nosso atraso crónico?). No caso vertente, o assunto legitima outra pergunta: se o Estado faz isto a uma instituição com o peso da Goldman, o que fará a outros “players” de menor peso?

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