Qual o efeito destas revelações nas sondagens de opinião? Estaremos perante um “diploma II”, que acabou por se revelar inócuo para a sua imagem? É duvidoso. Não porque a assinatura de projectos (não executados por si) e o assunto do subsídio de exclusividade no Parlamento sejam de extrema gravidade. Mas porque a acumulação de dúvidas sobre a sua idoneidade moral pode começar a desgastá-lo. Ao contrário do “diploma”, a sucessão de factos duvidosos pode criar a ideia de que Sócrates não olha a meios para conseguir o que quer. Se isso acontecer, o cidadão comum poderá perguntar: se este homem pisa o risco em questões privadas, o que fará quando enquanto titular de cargos públicos, onde o seu poder é incomensuravelmente maior?

Sócrates está numa encruzilhada. Ou afasta as dúvidas sobre a sua honorabilidade (não ajuda dizer que está perante uma campanha pessoal do “Público”), ou estas revelações farão o que nem o arrefecimento económico tem condições para fazer: tirar-lhe a maioria absoluta.

P.S. – É difícil encontrar justificação para (um ministro) assinar 300 despachos no dia em que toma posse novo Governo?