Opinião
O regresso ao passado
Vivemos numa sociedade que é um triângulo que procura estar equilibrado: o executivo, o legislativo e o judiciário. Mas, neste momento, nenhum deles dispensa a malagueta. O drama tornou-se o palco de Portugal.
E é isso que os candidatos presidenciais, que actuam tão defensivamente que Cassius Clay poderia dançar à sua frente para os derrotar por KO num único assalto, evitam. O sector legislativo vive à espera que o executivo puxe a corda para levantar a mão. O judicial, a começar pela invenção poética de um anterior executivo socialista, Souto Moura, tropeça nas suas próprias fraquezas. O executivo vê a televisão, esperando aparecer no telejornal. E agora, nas ruas, a polícia mostra como se tornou uma presa fácil no país de brandos costumes em que ainda acreditamos habitar. O Estado português parece a Torre de Pisa. Os candidatos parecem sofredores a caminho de um destino semelhante a Maria Antonieta: antes presidentes um dia do que incógnitos parte da sua vida. Leia-se o livro recente de Maria Filomena Mónica e aprenda-se alguma coisa. Estamos a voltar a um Portugal de há 50 anos. Com televisão, marcas de renome internacional, hipermercados, Otas, TGVs e auto-estradas. Mas sem ideias de futuro, como então.
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