Opinião
O inimigo principal
Jorge Sampaio criticou todos os governos que nomeou durante quase uma década porque as reformas estruturais não chegam.
Pedro Santana Lopes elogiou o discurso. Marcelo Rebelo de Sousa utilizou um taco de basebol para devastar o actual Governo. Rui Gomes da Silva pediu a intervenção da Alta Autoridade para a Comunicação Social para acalmar o professor. E este acabou por abandonar a TVI.
O inimigo público número um do Governo está designado por «share»: é Marcelo Rebelo de Sousa. As críticas de Sampaio são mel para o Governo. As de Rebelo de Sousa são fel. Percebe-se porque o Presidente da República diz o óbvio. Entende-se porque Rebelo de Sousa contesta o que é menos notório.
O professor que foi líder do PSD era a oposição visível em Portugal. Para o Governo, o esforçado José Sócrates é mais fácil de entender do que Marcelo Rebelo de Sousa: aquele quer o poder. O professor de Direito, mesmo quando esteve lá perto, nunca desistiu de ser o contra-poder. A fonte da discórdia. A política portuguesa não convive bem com as críticas. E isso não é um problema do Governo de Santana Lopes. É uma espécie de fantasma. E agora está a ver-se porquê.