Opinião
O fio e a meada
Os candidatos da esquerda perderam, definitivamente, o fio à meada do argumento principal destas presidenciais. Cavaco não fala dos seus adversários. Eles passam a vida a falar dele. E de forma desastrada.
Resultado: Cavaco tem seis tempos de antena. Essa tem sido a sua vitória. Cavaco soube trazer para o ringue os seus adversários e faz como Cassius Clay actuava face aos que com ele combatiam: bailava em frente deles, enquanto eles desgastavam as suas forças. E, depois, dava-lhes o golpe de KO final. Essa tem sido a constante da campanha. Cavaco coloca-se na posição de quem tudo sabe e nada diz. Isto enquanto os candidatos à esquerda vão alimentando esta guerra de alecrim e manjerona onde parece já só haver uma dúvida. Que PS sobreviverá aos resultados de Alegre e Soares? Curiosamente o mais contundente ataque a Cavaco partiu de Santana Lopes. Ao prever um inevitável confronto entre Belém e São Bento, devido às características dos dois políticos, o antigo primeiro-ministro acaba por inevitavelmente puxar o tapete a Cavaco. Afinal ele parece prever algo: os portugueses poderão escolher Cavaco para salvar a economia. E ele, sem poderes para isso, vai ter dificuldades de comunicação a partir do seu telefone vermelho para São Bento.
Mais artigos do Autor
Obrigado por este bocadinho
28.11.2018
Ministério da Incultura?
27.11.2018
A Rota da Seda entre a China e Portugal
26.11.2018
Costa e a política líquida
26.11.2018
A dança das culpas
25.11.2018
O país do desenrasca
20.11.2018