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O exemplo da Premiership

Todos os fins-de-semana 450 milhões de telespectadores vêem a Premiership, a Liga de futebol inglesa. É muita gente. E muito dinheiro que entra nos cofres da Sky Sports e da Setanta Sports, detentoras dos direitos de transmissão dos jogos, e dos clubes.

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Como se chegou a tamanho sucesso? Criando-se uma Liga com regras de jogo «liberais» (os árbitros, além de competentes, deixam jogar); pejada de estrelas (Cristiano Ronaldo, Henry, Rooney, Drogba...) que ajudam a encher estádios; onde a palavra «corrupção» (para justificar fracassos desportivos) raramente aparece e... onde a Justiça funciona.

Os resultados estão à vista. A Premiership tornou-se num dos campeonatos mais competitivos do mundo. O que explica o interesse que desperta internamente (o Manchester United meteu, no jogo com o modesto Fulham, 76.212 espectadores em Old Trafford, um recorde de 20 anos) e externamente (por alguma razão Cristiano Ronaldo é a cara da Nike na Ásia).

A Liga portuguesa não pode aspirar ao sucesso da Premiership. Mas com 200 milhões a falarem português, em países onde Sporting, Benfica, Porto e a selecção nacional despertam cada vez mais interesse, há muito espaço para melhorar. É claro que ajudava começar por coisas básicas: como evitar vergonhas internacionais... tipo caso «Mateus».

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