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O eclipse do sr. Madaíl

A não reeleição do sr. Gilberto Madaíl para o Comité Executivo da UEFA fecha um ciclo.

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Ou deveria fechar, se os responsáveis do futebol indígena não fossem apenas removidos do seu lugar quando caem da cadeira. A sua não reeleição, como representante de um País que ocupa um dos lugares cimeiros deste desporto a nível internacional, mostra a forma como são vistos os nossos dirigentes. É certo que a ópera bufa que tem sido a alteração dos estatutos da FPF ajuda claramente a este desprezo internacional. O poder do futebol em Portugal é uma herança do tempo do paleolítico, mas mesmo assim mostra-se incapaz de se renovar. A falta de nível é tão óbvia que teve de ser um jogador naturalizado, o sr. Pepe, a pedir ao irrequieto sr. Carlos Queiroz para se calar, para que a selecção nacional possa trabalhar com alguma paz e consiga fazer aquilo que não fazia no tempo deste: ganhar e jogar com alegria. Mas como o futebol é incapaz de conviver com alguma coisa diferente que não sejam os jogos de poder, a inveja e a intriga, este triste espectáculo do sr. Queiroz é bem capaz de continuar.

O sr. Madaíl deveria aproveitar o chumbo pelos seus parceiros europeus para fazer as malas e regressar a Aveiro. Mas parece incapaz disso: o futebol é como um pote de mel. E quem mete lá a mão parece ficar preso para toda a vida ao seu sabor. Como as associações de futebol são corporações de interesses e a generalidade dos clubes não têm nem opinião nem vontade própria, percebe-se porque é que em Portugal as coisas só caem de podres. Esta incapacidade nacional de fazer uma ruptura faz com que nos afastemos cada vez mais do que é visível a nível mundial. O sr. Sepp Blatter, de 75 anos, já anunciou que é a última vez que se candidata ao cargo de líder da FIFA. Desta vez, no entanto, tem um adversário de peso: o sr. Mohamed bin Hammam, de 61 anos, do Qatar, o país que ganhou a organização do Mundial de 2022. O sr. Blatter descobriu agora que há corrupção no futebol e que há que dar esperança aos jovens.

Até agora a estratégia da elite dominante da FIFA tem dado bons resultados: os excepcionais resultados dos Mundiais, redistribuídos pelas federações, garantem um bom negócio para os grandes países. Neste jogo há um "Joker": o sr. Platini, um antigo jogador, que tem tido uma influência decisiva junto do sr. Blatter e do sr. Hammam. Muitos vêem-no como o futuro líder da FIFA. Com dirigentes mais jovens e inteligentes talvez Portugal tivesse no futuro um lugar mais importante no futebol mundial, consentâneo com as prestações dos seus clubes e da sua selecção e com o valor dos seus jogadores e treinadores. Mas com personagens como o sr. Madaíl, o que é que se poderia esperar?
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