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O BPN e o complexo de Julia Roberts

Há pelo menos dois anos e meio que se sabia que a venda do BPN só seria possível se o Estado "pagasse" para o vender.

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Há pelo menos dois anos e meio que se sabia que a venda do BPN só seria possível se o Estado "pagasse" para o vender. Agora, concluída a operação, meio mundo age como se o BPN fosse "A Jóia da Corôa" da banca portuguesa. Ele é deputados do PCP, BE e PS, ele é os grupos derrotados na operação (um dos quais disse que iria lançar uma OPA sobre outro banco depois de comprado o BPN - a propósito, a CMVM vai multar o responsável por esta declaração?).

Primeiro os concorrentes, que (compreensivelmente) não ficaram felizes com o desfecho. É altura de lhes lembrar que, ou aduzem factos concretos, capazes de responsabilizar o ministro, ou mais vale estarem calados. Senão arriscam-se a que os protestos sejam interpretados como o "complexo de Julia Roberts": quando ela se casou, muitos homens terão pensado "se fosse comigo ficavas mais bem servida".

Agora os políticos: Maria de Belém diz que enquanto presidente da Comissão que investigou o BPN lhe "passou muita coisa estranha debaixo dos olhos" e criticou a falta de sanção dos "actos criminosos". Uma pergunta: Maria de Belém criticava as falhas do anterior Governo? É que o banco foi nacionalizado em Novembro de 2008 e até Março de 2011 Teixeira dos Santos nunca disse qual o custo para o contribuinte. E em vez de vender o BPN mais cedo, quando a conjuntura era mais favorável, empurrou com a barriga… até levar com o gravíssimo ultimatum da troika (que deu todo o poder negocial ao comprador). Maria de Belém deve estar com amnésia. O que é estranho em quem dirigiu a referida Comissão…


P.S. - O Governo devia perguntar aos grupos que foram ao BPN se pode divulgar as propostas…


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