A taxa de desemprego dos jovens até aos 25 anos é, em Portugal, de 28%. Em Itália está nos 30%, em Espanha nos 43% e na Grécia encosta nos 39%. Coincidências? Sim, estamos a falar de países do chamado "sun belt", ou "Club Mediterranée. Mas há mais coincidências: pelo menos três países do centro e norte da Europa têm taxas de desemprego abaixo 9%: Alemanha, Áustria e Holanda. Há um país, "latino-em-transição-para-europeu-central", que funciona como meio termo entre estes dois grupos: a França, com uma taxa de 23%.

A primeira conclusão a tirar é que o desemprego jovem é um flagelo crescente: atinge, em média, 21% da população activa da Zona Euro (em 2008 era 15%). Mas as assimetrias são significativas: mesmo a França está muito longe do descalabro de Espanha e Grécia.

A segunda conclusão é que, nesta matéria, não se podem fazer análises "preto e branco". Estilo "os do Norte são melhores que os do Sul". Porque países como a Eslováquia (35%), Irlanda (32%), Suécia (23%), Bélgica (22%) e Finlândia (21%) desmentem essa divisão.

Mas isso interessa pouco; o fundamental é averiguar por que na Áustria, Holanda e Alemanha o desemprego jovem é tão baixo. Será por existirem ali programas que "direccionam" os jovens para áreas onde a economia precisa, dando-lhes formação profissional adequada (muitas vezes desenhada ao nível micro)? Se calhar é.

Dava jeito saber se não devemos importar o modelo. Não esquecendo uma coisa: nada disto funciona com "quick fixes", tão à portuguesa (lembram-se da "flexi-não-sei-quê"?). São programas a longo prazo. Isto é, que precisam de acordos de regime. Got it?


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