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22 de Fevereiro de 2008 às 13:59

Globalização e Capital Intelectual

O mundo é, hoje, melhor, em muitos aspectos, do que há 50 anos, apesar de persistirem ainda muitos factos e circunstâncias que, sendo indesejáveis e prejudiciais, não tiram brilho à evolução e ao crescimento obtidos. Assim, para além de continuar na senda

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Vem tudo isto a propósito da globalização, movimento que cresce a cada dia que passa e que tem na sua génese a evolução verificada nas últimas décadas.

A globalização transporta-nos para novos desafios, aproximando povos e culturas, permitindo um crescimento exponencial do conhecimento, interligando economias, promovendo o aparecimento de novas oportunidades.

Hoje, a noção de tempo está alterada pela digitalização, os ciclos económicos – quer os positivos, quer os negativos – foram reduzidos, evidenciou-se e promoveu-se a necessidade imperiosa de uma consciência ambiental.

A globalização, em síntese, alimenta uma grande diferenciação: cada vez mais, o valor económico vai para os que melhor e mais rapidamente percebem o que os distingue, o que os torna únicos e especiais – e estes são factores que, por norma, são obtidos através da inovação e da aposta no talento.

A inovação tem o poder de motivar as pessoas, essas mesmas pessoas que podem fazer crescer a economia e contribuir para aumentar os índices de produtividade. É por isso necessário criar condições para que os jovens – empreendedores e todos os outros – não desistam ao primeiro obstáculo, para que as novas gerações sintam, verdadeiramente, a aposta que tem vindo a ser feita no capital humano qualificado – não é um capricho, mas, sim,  um caminho, provavelmente o único, para o futuro.

O talento torna-se, desta forma, o grande factor de diferenciação de um país – aberto e periférico – como Portugal que, cada vez mais, terá dificuldades acrescidas para competir com base na quantidade.

É vital que Portugal recorra a novos factores de diferenciação, mais intelectuais que físicos, assentes nas novas redes de conhecimento. É apostando no talento e investindo na inovação, aliada à tecnologia, que Portugal pode responder aos desafios de uma economia global e, muito em particular, de uma Europa alargada a Leste.

Não posso deixar de referir, a propósito, dois aspectos que, ontem, eram uma tendência mas, hoje, são indiscutivelmente uma certeza. O primeiro é o elevado valor, nas empresas, dos Activos Intangíveis ou Capital Intelectual, ou seja, as fontes criadoras de valor que carecem de substância física e que representam, já e em média, mais de 85% do valor das empresas. O segundo é a maior e mais rápida concretização das características que se tornaram uma referência do início do Século XXI: a globalização é um dado adquirido; as tecnologias, nomeadamente as relacionadas com a comunicação, informática e afins, são incontornáveis; a concorrência vai aumentar a um ritmo intenso e sem limites geográficos, pelo que qualquer empresa vai encontrar mais participantes no seu mercado.

Com estes pressupostos, é factor de sobrevivência aumentar o Capital Intelectual das empresas. E para que tal aconteça têm de ser criadas as condições para que os Colaboradores das empresas sintam a motivação, o ambiente, as condições necessárias para, com inovação e criatividade, serem mais atrevidos e mais comprometidos com o futuro da empresa onde trabalham, que também é o seu futuro.

Mais do que nunca, a capacidade de interpretar a história, detectando oportunidades e antecipando tendências, com disposição para gerir e correr riscos, assentes em critérios racionais, irá dar origem a um número crescente e estimulante de oportunidades criadoras de valor.

Se acreditamos – e acreditamos – que as oportunidades que temos pela frente são maiores do que as ameaças, então temos o dever e a obrigação, todos nós, também em Portugal, de demonstrar o potencial criativo e inovador que possuímos e que é factor de distinção positiva numa economia integrada globalmente.

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