Num passo de dança frequente nos mercados financeiros, o enorme - quase extremo - pessimismo deu lugar a uma ligeira quebra de volatilidade e à recuperação dos índices. Precisamente quando o principal índice bolsista mundial testa o seu mais importante suporte na caminhada descendente iniciada em Abril...

Tomando por referência o "AAII Sentiment Survey", o pico de pessimismo dos investidores dá-se no final de Maio, praticamente coincidindo com o primeiro teste que o S&P 500 realiza à zona de suporte em torno dos 1.050 pontos. Algo semelhante é perceptível no VIX - o "índice do medo" - com a sua brusca subida até perto dos 50 pontos, o valor mais elevado desde que o S&P 500 iniciou o movimento ascendente em Março de 2009, revelando não só a escalada da volatilidade como a forte apreensão repentina dos investidores americanos.

Com o índice a reagir em alta aos 1.050 pontos pela segunda vez, estamos algo longe, porém, das características que se vinham constituindo como os blocos construtores da subida impressionante que perdurou ao longo de cerca de um ano: volatilidade sistematicamente reduzida e correcções breves e modestas. Por oposição assistimos a correcções violentas - com direito a um pequeno "crash" pelo meio - e a uma volatilidade agora a manter-se, ainda assim, em níveis mais elevados.

A natureza do actual movimento permanece-me ainda algo dúbia: geralmente as inversões de alta para baixa dão-se através de processos relativamente lentos, após topos arredondados ou de uma sucessão de tentativas falhadas de retornar à tendência de alta, o que até agora ainda não sucedeu, pelo menos de forma minimamente clara. Mas essa será a encruzilhada em que nos encontramos de momento: quiçá a actual reacção em alta aos 1.050 pontos no S&P não virá a formar precisamente uma dessas tentativas.



S&P 500 em nova recuperação
Evolução do índice norte-americano

O índice norte-americano enceta nova recuperação a partir da zona de suporte que se começou a formar em Fevereiro e saiu reforçada como referência após os últimos testes.

Extremamente evidente está a firmeza relativa do DAX, agora que o índice se encontra praticamente de volta ao máximo relativo, num contraste enorme com restantes índices europeus e americanos.

A zona dos 6.600-6.700 pontos, "ponto-chave" na viragem da tendência do índice em 2009, serve de base para uma recuperação a ocorrer também no PSI-20.