Com as últimas edições da coluna centradas essencialmente no mercado americano e no sentimento de mercado em geral, parece-me oportuna uma ronda pelo nosso PSI-20 que se encontra ainda em lenta e moderada recuperação do monumental surto de quedas que ocorreram sensivelmente nos primeiros quatro meses do ano. Com esse penoso período deixado para trás, a generalidade das cotadas encontra-se num comportamento que se enquadra em regimes laterais.

A preponderância dos títulos em lateralização é tal que quando seleccionamos as melhores cotadas, duas delas enquadram-se em tal perfil: a GALP e a Semapa. A primeira tem vindo a testar inúmeras vezes a resistência nos 13 euros, para já sem sucesso. A segunda apresenta uma zona de resistência a partir dos oito euros, que testa agora, tendo vindo a desenvolver uma tendência de alta de curto-prazo desde os sete euros. Dois títulos que são "ultrapassados" apenas pela Jerónimo Martins, claramente a melhor performance do PSI-20, a Portugal Telecom especialmente animada com o episódio Vivo e a Portucel, também ela ascendente no médio/longo-prazo.

Estas cinco empresas - com um peso agregado superior a 40% do índice e que estão na base da recuperação daquele - apresentam actualmente os melhores comportamentos técnicos, sendo praticamente coincidente com o grupo de seis cotadas que apresenta uma valorização no conjunto dos últimos 12 meses. A sexta seria a Altri, título porém que já interrompeu a sua caminhada ascendente há vários meses e vem pressionando agora um importante suporte em torno dos 3,70 euros.

O pólo oposto, das piores performances e comportamentos técnicos, agrega títulos como a ZON Multimédia, EDP renováveis, EDP e Inapa com particular destaque para as duas primeiras pela longevidade e consistência das respectivas tendências. Ambos os títulos encontram-se agora sobre pequenos suportes que constituem também praticamente os respectivos mínimos relativos, em torno dos três euros no primeiro caso e dos 4,35 euros no segundo.

Entre as restantes, em situação intermédia, encontramos comportamentos diversos: o BCP por exemplo, que vem de uma tendência de baixa mas que encontrou um importante suporte nos 60 cêntimos que há três meses estanca mais quedas no título; ou a Sonae Indústria, encaixada há mais de doze meses entre os dois e 2,80 euros.


Esta edição da coluna será expandida no Forum do Negócios.
































A Jerónimo Martins continua como que imaculada, apresentando a mais consistente e duradoura tendência de alta do PSI20.


































No BCP vai valendo o suporte nos 60 cêntimos, estancando as quedas ao longo dos últimos três meses, zona esta já testada em 2009.


Nota: as análises apresentadas constituem opiniões do autor, não devendo ser entendidas como recomendações de compra e venda ou aconselhamento financeiro.