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Mercados Económicos

É comum referir-se que os Mercados Financeiros antecipam a Economia.

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Nos últimos 4 anos, mais do que uma antecipação, nos maiores índice accionista e economia mundiais, o que se verifica é uma marcação cerrada...

A comparação entre as variações trimestrais do PIB real nos Estados Unidos e o S&P500 produz um resultado bastante sugestivo no período do passado recente: descontadas as diferentes escalas, a evolução é notoriamente semelhante com ligeira antecipação no índice, a situar-se na ordem de um trimestre. Inevitavelmente, tentaremos perceber qual a mensagem que o índice nos está a transmitir agora com o recuo no último trimestre. Nessa linha, será talvez precipitado considerar que o que o S&P500 nos está a dizer é que iremos assistir ao famigerado "Double Dip", uma vez que os índices accionistas são bem mais voláteis que a Economia e tenderão a exacerbar os movimentos daquela. Apenas, talvez, que na consciência do mercado accionista é uma possibilidade em aberto. Em última instância, o mercado parece estar bastante certo pelo menos que uma recuperação pujante é algo a que não assistiremos.

Para uma análise cuidada, séries mais longas terão de ser consideradas, naturalmente. A percepção porém - e em parte a motivação para o presente exercício - é a de que actualmente os mercados financeiros estão particularmente susceptíveis à realidade económica, o que racionalmente fará sentido se tivermos em linha de conta que os últimos dois anos, do ponto de vista económico, são particularmente críticos, com diversos indicadores - como a evolução do PIB ou ainda da taxa de desemprego - a atingir valores que historicamente, no passado recente das últimas décadas pelo menos, iam sendo raros. Afinal, é relativamente consensual que atravessamos a maior crise desde a Grande Depressão.


Para esta percepção, contribui também o facto de notar uma preocupação crescente com questões económicas por parte do investidor individual em particular, o que não é mais do que um mero indicador, convém referir, dado que o peso do investidor individual no andamento dos mercados é marginal. Uma preocupação que não será eventualmente totalmente genuína, sendo alimentada por correntes de opinião que derivam da Escola Económica Austríaca acabando a desaguar em áreas sempre tão fascinantes como são as diversas teorias da conspiração orbitando temas económicos ou visões apocalípticas da economia, quais Teorias de Olduvai...

Nota: as análises apresentadas constituem opiniões do autor, não devendo ser entendidas como recomendações de compra e venda ou aconselhamento financeiro.





































Entre meados de 2006 e 2010, as variações trimestrais do PIB real nos Estados Unidos e o S&P500 apresentam um padrão bastante semelhante, com ligeira antecipação no índice.

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