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Exportações de bens disparam 11,9% em fevereiro. Défice comercial diminuiu 483 milhões
Exportações cresceram acima das importações, contribuindo para aliviar o défice comercial de bens. Défice da balança comercial encolheu para 1.952 milhões. Preço das mercadorias aumentou em ambos os fluxos, "o que não acontecia desde fevereiro de 2023".
As exportações portuguesas de bens dispararam 11,9%, em termos homólogos, no mês de fevereiro, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O crescimento das exportações superou largamente o das importações, o que contribuiu para diminuir o défice da balança comercial de bens em 438 milhões de euros.
O forte crescimento das exportações foi explicado pelas transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda, ou seja, em que não há uma transferência de propriedade e os bens chegam a Portugal apenas para sofrerem um processo de melhoria, transformação ou processamento. Quando excluídas essas transações, o crescimento das exportações foi "mais modesto", de apenas 1,5%.
Os combustíveis e lubrificantes pesaram sobre as exportações em fevereiro. Os dados do INE revelam que, excluindo esse tipo de bens, o crescimento homólogo das exportações foi de 13,5%.
Por destinos das exportações, destaque para o aumento das exportações para a Alemanha (+73,4%), sobretudo de fornecimentos industriais (nomeadamente produtos químicos), e o acréscimo das exportações para Espanha (+5,9%).
Por outro lado, as importações de bens aumentaram 3,3% em fevereiro. Sem contar com as transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda, as importações aumentaram 4,8%, o que significa que, ao contrário do que se verificou nas exportações, as encomendas prejudicaram o total importado. Já sem considerar combustíveis e lubrificantes, registou-se um acréscimo de 2,9% nas importações.
Do lado das importações, salientaram-se os aumentos das importações de bens de consumo (+9,8%), de máquinas e outros bens de capital (+4,8%), e de combustíveis e lubrificantes (+6,7%). Por países, verificou-se um acréscimo das importações provenientes da China (+30,4%), principalmente de máquinas e aparelhos e de produtos químicos, e de França (+15,6%), maioritariamente veículos e outro material de transporte.
Em parte, o crescimento das exportações e importações de bens está a refletir a subida do preço das mercadorias. O INE dá conta de que o preço por unidade das mercadorias aumentou em ambos os fluxos, "o que não acontecia desde fevereiro de 2023". Nas exportações, o aumento foi de 0,5%. Nas importações, foi de 0,4%. Excluindo os produtos petrolíferos, a variação foi de 0,8% nas exportações e nula nas importações.
Já o défice da balança comercial encolheu 483 milhões de euros em fevereiro, em termos homólogos, atingindo 1.952 milhões de euros. Quando excluídas as transações com vista ou na sequência de trabalhos por encomenda, o défice da balança comercial totalizou 2.468 milhões, em resultado do agravamento de 320 milhões de euros em termos homólogos.
Os combustíveis e lubrificantes representaram 29,8% do défice da balança comercial em fevereiro. Isso fez com que o défice da balança comercial expurgado do efeito destes produtos totalizou 1.370 milhões, o que corresponde a uma diminuição de 588 milhões face a fevereiro de 2024.
(notícia atualizada às 11:38)