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Palhares compra 51% da icónica Sanjo a Pinto e Egipto

A mais antiga marca portuguesa de sapatilhas, as mais famosas nas décadas de 70 e 80, entra agora na sua quarta vida em 92 anos de história, sob o controlo do dono da Mecwide, com o objetivo de acelerar o seu crescimento e internacionalização.

09 de Abril de 2025 às 11:01
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Nascida em 1933, numa secção ligada à borracha, na Empresa Industrial de Chapelaria, em São João da Madeira,  a Sanjo tornou-se um ícone de várias gerações de portugueses.

 

Feitas de lona, a preto e branco, com proteção de borracha ao nível do tornozelo, foram as sapatilhas mais famosas nas décadas de 70 e 80.

 

Chegaram até a servir de moeda de troca para a transferência de atletas.

 

No final dos anos 80, face à concorrência das marcas internacionais, a situação financeira da Sanjo começou a deteriorar-se, tendo passado para outros donos portugueses, até que faliu uma década depois.

 

No início do milénio, ainda foi alvo de uma fracassada tentativa de relançamento, com recurso à produção na China, até que é ressuscitada no final do verão de 2019 pela bracarense M2Bewear, de José do Egipto e Hélder Pinto.

 

A dupla de empresários comprou apenas a marca. Sem moldes nem modelos, tiveram que reconstruir tudo com o objetivo de voltar a dar uma nova vida à marca icónica de sapatilhas.

Agora, meia dúzia de anos depois, decidiram vendeu o controlo da M2Bewear a um industrial português que promete acelerar o crescimento e internacionalização da Sanjo,

 

"A Head Value, ‘holding’ liderada pelo empresário Carlos Palhares, acaba de adquirir 51% do capital da M2Bewear, empresa portuguesa que detém a icónica marca de calçado Sanjo, bem como uma área de negócio dedicada a fardas e equipamentos de proteção individual (EPI’s)", revela a empresa, em comunicado.

"A Sanjo fez parte da minha infância e juventude bem como de todos os portugueses da minha geração. É uma marca que nos desafia e obriga a honrar a sua bonita história. Temos pela frente o desafio da internacionalização e a melhoria contínua do produto num país tão rico no conhecimento da indústria do calçado", afirma Carlos Palhares.

 

O empresário é dono de um grupo que detém negócios em vários setores de atividade, como a indústria e o turismo, sendo de destacar o controlo da Mecwide, empresa de serviços de engenharia na indústria metalomecânica especializada, que emprega mais de 1.600 pessoas e fechou 2024 com uma faturação de cerca de 170 milhões de euros.

Não é revelado o valor da transação de 51% da M2Bewear, mas fonte oficial da Head Value adiantou ao Negócios que uma parte foi para Hélder Pinto e José do Egipto, que ficam com 24,5% da empresa cada um, tendo ainda existido "um reforço dos capitais próprios" da companhia, que servirão para "acelerar o crescimento e internacionalização" dos seus negócios e marcas.

 

Pinto e Egipto mantêm-se na gestão da empresa, que passa a ser presidida por Carlos Palhares.

 

A M2Bewear conta com uma equipa de 12 pessoas, focadas no design e desenvolvimento do produto, com as sapatilhas a serem produzidas por fábricas portuguesas, tendo fechado o último exercício com vendas da ordem dos 2,5 milhões de euros, dos quais 12% corresponderam a exportações, referiu a mesma fonte oficial da empresa ao Negócios.

"Desde 2019, os atuais acionistas da Sanjo, Hélder Pinto e José do Egipto, foram fundamentais para revitalizar a Sanjo, relançando-a com um forte trabalho de ‘rebranding’, inovação no design e melhoria do produto", enfatiza a empresa, considerando que foi "graças a essa visão" que a marca "consolidou-se novamente como uma referência no mercado português, conquistando uma nova geração de consumidores e preservando o seu legado histórico".

 

Citados no comunicado, Hélder Pinto e José do Egipto afirmam que "a experiência da Head Value na internacionalização das suas participadas é uma mais-valia, pois este será um dos pilares desta nova fase da Sanjo".

 

"A aposta na digitalização e inovação, desde a experiência de compra até à personalização do produto, também permitirá fortalecer a relação com os consumidores e tornar a marca mais competitiva num mercado global", rematam.

(Notícia atualizada às 11:12)

 

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