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Cuidado com as ajudas

Quarta-feira, dia 22. Na "A Praça da Alegria", Jorge Gabriel e Sónia Araújo entrevistam um pai de família (nos seus 30) que dizia não conseguir pagar a casa ao banco. A prestação, que começara e 400 euros, transformara-se num pesadelo de 675 euros.

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A situação era tão desesperada que as dicas de poupança habituais (usar transportes públicos, cortar refeições fora de casa, comprar marcas brancas no supermercado, racionar o telemóvel…) não chegavam. Para agravar o problema tinha outro crédito, ao consumo, que lhe roubava mais umas dezenas de euros. Às tantas, em tom de desculpabilização, atirou: "Nunca pensei que a prestação pudesse subir tanto. O banco não me avisou".

Os críticos da banca hão-de ver aqui a prova de que os bancos têm culpa na situação. Alguma culpa terão. A menos que não seja por terem facilitado tanto o crédito. Mas não se lhes pode exigir que se substituam ao cliente. Porque é o cliente que tem de conhecer o seu limite.

Convém não esquecer isso num momento em que a sociedade começa a tratar as famílias super endividadas como "coitadinhas", "demonizando" os bancos. Até pelo risco que isso representa para o futuro: como o Governo está a fazer tudo para lhes limitar o sofrimento, se exagera na dose corre o risco de ver repetido, daqui por uns anos (e com gravidade maior), o mesmo comportamento laxista que conduziu à situação actual. Ajuda sim, mas sem desresponsabilizar as famílias.

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