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Cordeiro em Pele de Lobo

Numa altura em que os principais índices se mantêm em regime lateral e sem grandes novidades técnicas para os discutir no imediato, um olhar sobre o Crude Oil e ainda pelo EURUSD...

Numa altura em que os principais índices se mantêm em regime lateral e sem grandes novidades técnicas para os discutir no imediato, um olhar sobre o Crude Oil e ainda pelo EURUSD...

Após um período de extraordinária volatilidade em 2008 em que no espaço de alguns meses efectuou máximos históricos perto dos 150 dólares para de seguida recuar até valores de 2001 2003, protagonizando assim uma correcção de uns 80% - autêntico crash petrolífero - o Crude Oil tem vindo então a perder progressivamente volatilidade ao longo destes meses, de resto como tinha sugerido aqui há alguns meses atrás.

Mais do que abrandar o ritmo de subida, o Petróleo está agora virtualmente estagnado. Na verdade, tendo em conta a desvalorização do Dólar ao longo dos últimos meses, o Petróleo está para nós europeus actualmente sensivelmente ao mesmo valor de Junho quando cotava pelos 72 73 dólares (em ambos os momentos, este valor corresponde aproximadamente a 52 euros). Por uma vez a expectativa dos investidores estava totalmente correcta quando na viragem de 2008 para 2009, com o visível fenómeno de Contango nos Futuros, o crude apontava para valores acima dos 60 e 70 dólares no espaço de 12 meses.

Quanto ao Dólar, a sua desvalorização terá vindo a ser alimentada pelo Carry Trade: uma estratégia que outrora perspassava pelo Yen, consistindo em obter empréstimos em moedas com baixa taxa de juro, convertendo-as de seguida no mercado numa outra moeda, aplicando então o capital em obrigações, acções de mercados emergentes, etc que apresentem um retorno que supera “facilmente” o custo do empréstimo.

Esta estratégia que tem vindo a ser aplicada em larga escala, leva a vendas massivas de Dólares e consequentemente à tendência de queda a que temos vindo a assistir.
Os Carry Trade são estratégias que inevitavelmente encontram o seu fim – tal poderá ocorrer via subida da taxa de Juros nos Estados Unidos – lançando uma preocupação adicional sobre o impacto global que tal possa vir a ter: eventualmente uma recuperação forte do Dólar acompanhada de uma queda brutal nos mercados de capitais.






























Tecnicamente em regime lateral, a subida muito ténue do Crude nos últimos meses é na realidade aparente dado que é anulada peladesvalorização do dólar no mesmo período.





























O impacto do Carry Trade no Dólar, que tem vindo a alimentar a sua desvalorização, é razão mais do que suficiente para seguir a evolução da moeda mesmo que não existam investimentos directos nesta.

Nota: as análises apresentadas constituem artigos de opinião do autor, não devendo ser entendidos como recomendações de compra e venda ou aconselhamento financeiro.
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