Pinhal, o último presidente da era Jardim, tem razão: se alguém quer saber os contornos das operações do banco e avaliar a informação prestada aos reguladores deve perguntar a quem conhecia os factos – além do próprio Pinhal, quem o antecedeu no período dos acontecimentos. “Eram eles – diz Pinhal em declarações ao DE – os responsáveis pela documentação que era enviada às autoridades de supervisão”. Eles são Jardim Gonçalves, presidente executivo do banco até 2005, e Teixeira Pinto, director-geral e ‘legal-officer’ à época dos acontecimentos sob investigação [2000-04]. É tempo, pois, de o PSD se definir: pretende ou não avançar para um inquérito parlamentar? Se vencer o “sim” (o PS viabilizou ontem a audição parlamentar a Filipe Pinhal), é óbvio que terão de ser ouvidos dois dos principais intervenientes no processo. Outro comportamento revelar-se-ia impróprio de quem pretende ter responsabilidades além da produção de chicana política. Sendo que de um pormenor o partido já não se livra: o BCP serviu para aperfeiçoar o clima de divisão que se instalou na cúpula dirigente. Não se sabe o pensa Menezes, ou se o que ele pensa corresponde ao pensamento de Santana; também é difícil acertar numa convergência de interesses entre Ângelo Correia e António Cunha Vaz. Nesta confusão na clareza, poderá vingar a tese de Pinhal. Quer dizer: portem-se bem e esqueçam o assunto.