Opinião
As "verdadeiras" lojas de bairro
A choradeira tem 15 anos: as grandes superfícies dão cabo do comércio tradicional. Quando Cavaco era primeiro-ministro, chegaram as primeiras limitações aos hipermercados. Faria de Oliveira, ministro na altura, ainda lembrou que a tradição das compras ao
O problema é que, apesar das limitações aos horários (e à abertura de novas grandes superfícies) o desemprego no sector continuou a aumentar: de 2005 para cá perderam-se quase 50 mil postos de trabalho. Coisa que as cabeças iluminadas que representam o sector não sabem explicar. Talvez porque ainda não se tenham dado ao trabalho de comparar o serviço das lojas de bairro com? os Pingo Doce, os Modelo (o novo foco da Sonae e Jerónimo Martins) e as lojas de conveniência, as verdadeiras lojas de bairro dos tempos modernos.
O pequeno comércio é um dos "lobbies" que defendem que o mundo tem de parar? para eles (sobre) viverem. Não lhes ocorre que são eles quem tem de mudar para apanhar o mundo. Como não lhes ocorre que a Economia também tem uma versão da lei de Lavoisier: o destino dos desempregados do pequeno comércio é o grande comércio (se o Governo acabar com a limitação ao domingo os hiper vão precisar de mais gente?), os Modelo, os Pingo Doce, as lojas de conveniência? e até o Lidl.