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23 de Outubro de 2006 às 13:59

As tremuras do Governo

O executivo de José Sócrates parecia, até há umas semanas, à prova de bala. A força da oposição parecia tão resistente como a manteiga. Ministros e secretário de Estado mostravam músculos estilo Jackie Chan. O que é que se passou entretanto?

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O ministro da Saúde oscila. Um secretário de Estado queima os dedos na electricidade e o seu ministro foge das câmaras quando as queimaduras já alcançam o 2º grau. Os professores mostram que as muralhas do Kremlin da 5 de Outubro não são inexpugnáveis. Nos Açores corrói-se o poder socialista por dentro. E, de um momento para o outro, o Governo treme. É certo que o carisma de Sócrates parece, ainda, uma armadura de um guerreiro samurai. Mas alguns dos seus ministros e secretários de Estado têm uma máscara de cera na face que está a derreter. Entre desmentidos ou recuos, da electricidade às Scut, há um executivo que se passeava em auto-estradas do poder e agora tenta manter-se sem resvalar numa estrada nacional. Sente-se que o Governo começa a necessitar de um novo aroma. De uma vitamina que lhe transmita a energia que tinha no passado e que, pelo menos para os portugueses que acreditavam na mudança, o fazia ultrapassar todas as tempestades. O Governo de Sócrates sabia esconder os vícios privados dos dislates públicos. Até agora. A sua pujança está a revelar-se uma armadilha. Que não foi colocada pela oposição. Mas sim pelo próprio executivo que a está a pôr, com rigor militante, debaixo da sua própria mesa do poder. Os ministros de Sócrates estão a fermentar o pior dos inimigos. Os que vêem ao espelho quando acordam de manhã.
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