Opinião
Arménio Carlos: Novo modelo deve valorizar o trabalho
Não foi um golpe de sorte ou azar que determinou o rumo do país. Longe de ser um fenómeno casuístico, a actual situação é o produto de uma opção política que marcou as últimas décadas e, de forma acelerada, os últimos quatro anos.
Para superar o legado de empobrecimento, desigualdades, exploração e crescente dependência externa, é fundamental ir à raíz dos problemas, libertar o país dos constrangimentos que condicionam e hipotecam o seu desenvolvimento, nomeadamente aqueles que decorrem do Tratado Orçamental e de outros instrumentos da U.E. e vencer as pressões e chantagens dos que, no plano interno e externo, fazem a apologia da inevitabilidade e agem para que nada mude.
Num tempo em que o desenvolvimento tecnológico e a qualificação da força de trabalho atingiram patamares ímpares, é fundamental assegurar a apropriação colectiva destes avanços e garantir paras as actuais e futuras gerações um futuro melhor que o da precedente.
Assim, mais do que constatar que o país tem níveis de crescimento anémicos, urge implementar medidas que incrementem a produção nacional, investindo em fileiras de maior valor acrescentado destinadas, não só à exportação, mas também à satisfação do mercado interno.
Mais do que afirmar que os salários são baixos e, ao mesmo tempo, tudo fazer para que eles assim se mantenham, há que implementar medidas que visem o aumento geral dos salários e do SMN, não só para promover outra distribuição da riqueza com a melhoraria dos rendimentos das famílias e estimular a criação de emprego com direitos, mas também porque o aumento dos salários é um investimento com retorno, que incentiva a procura e a produção nacional e assim promove a dinamização da economia.
O novo modelo de desenvolvimento que o país precisa, exige uma valorização do trabalho e a dignificação dos trabalhadores. Uma nova organização económica e social tem de passar pela redução da jornada de trabalho e um firme ataque à precariedade e pelo desbloqueamento da contratação colectiva, instrumento de progresso social e elemento determinante para da afirmação dos direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores intrínsecas à efectivação da democracia política, económica, social e cultural.
No processo de construção de um novo futuro para o país, assume especial relevância a defesa e valorização dos Serviços Públicos e das Funções Sociais do Estado como ferramentas para o desenvolvimento e o combate às assimetrias sociais e territoriais, financiados por uma política fiscal que garanta a efectiva taxação dos rendimentos do capital e o alívio da carga fiscal que incide quem trabalha e trabalhou.
Há soluções, existem alternativas. É tempo de romper com o passado. É tempo de projectar e construir o futuro alicerçado numa economia ao serviço do povo e do país.
Secretário-geral da CGTP-IN
Num tempo em que o desenvolvimento tecnológico e a qualificação da força de trabalho atingiram patamares ímpares, é fundamental assegurar a apropriação colectiva destes avanços e garantir paras as actuais e futuras gerações um futuro melhor que o da precedente.
Mais do que afirmar que os salários são baixos e, ao mesmo tempo, tudo fazer para que eles assim se mantenham, há que implementar medidas que visem o aumento geral dos salários e do SMN, não só para promover outra distribuição da riqueza com a melhoraria dos rendimentos das famílias e estimular a criação de emprego com direitos, mas também porque o aumento dos salários é um investimento com retorno, que incentiva a procura e a produção nacional e assim promove a dinamização da economia.
O novo modelo de desenvolvimento que o país precisa, exige uma valorização do trabalho e a dignificação dos trabalhadores. Uma nova organização económica e social tem de passar pela redução da jornada de trabalho e um firme ataque à precariedade e pelo desbloqueamento da contratação colectiva, instrumento de progresso social e elemento determinante para da afirmação dos direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores intrínsecas à efectivação da democracia política, económica, social e cultural.
No processo de construção de um novo futuro para o país, assume especial relevância a defesa e valorização dos Serviços Públicos e das Funções Sociais do Estado como ferramentas para o desenvolvimento e o combate às assimetrias sociais e territoriais, financiados por uma política fiscal que garanta a efectiva taxação dos rendimentos do capital e o alívio da carga fiscal que incide quem trabalha e trabalhou.
Há soluções, existem alternativas. É tempo de romper com o passado. É tempo de projectar e construir o futuro alicerçado numa economia ao serviço do povo e do país.
Secretário-geral da CGTP-IN