Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Opinião
Fernando Sobral - Jornalista fsobral@negocios.pt 06 de Outubro de 2005 às 14:35

A idade do fingimento

Na política tudo se pode fingir. E em quase tudo se pode acreditar. Um exemplo chega. A UE finge que vai aceitar a Turquia no seu regaço. A Turquia finge que acredita. E quando alguém finge que pensa que o outro fala verdade até pode ser que todos acabem

  • ...

Na política tudo se pode fingir. E em quase tudo se pode acreditar. Um exemplo chega. A UE finge que vai aceitar a Turquia no seu regaço. A Turquia finge que acredita. E quando alguém finge que pensa que o outro fala verdade até pode ser que todos acabem por acreditar na ficção.

Nas autárquicas portuguesas sucede o mesmo. Há candidatos que fingem que podem transformar o pão em electrodomésticos. Há eleitores que fingem acreditar que as rosas se podem transformar em zonas verdes. O ilusionismo tornou-se a ideologia oficial da política autárquica portuguesa.

É mais abrangente que o célebre bloco central. Esta, afinal, é a idade da política televisiva. Olha-se para o pequeno ecrã e acredita-se que a ficção que lá surge é a realidade. Acontece também o contrário.

Veja-se o candidato que é marido de Bárbara Guimarães: foi a um encontro com estudantes. Estavam lá dois. A realidade surgiu como uma ficção. Ou uma comédia, no caso.

Mas é destes pormenores pitorescos que se faz a campanha eleitoral. Maquiavel, se regressasse para dar conselhos a alguns candidatos autárquicos portugueses, acabaria a pedir para ser aconselhado para escrever uma nova versão do "Príncipe".

Em matéria de fingimento ele estava na idade da pedra.

Ver comentários
Mais artigos do Autor
Ver mais
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio