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A estratégia e a táctica

Em Portugal confunde-se demasiado estratégia com táctica. É por isso que se cometem erros no tabuleiro da luta pelo poder. Há quem não faça uma ampla análise dos acontecimentos, ficando preso numa táctica que julga brilhante. E é assim que, estrategicamen

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O Governo julgou que dominando a imagem era dono do espectáculo político. Os sinais da sociedade civil e, agora, de Cavaco Silva, mostram como Sócrates já deixou de ser o Rudolfo Valentino prometido. As fissuras sociais mostram que estrategicamente o Governo começará a ter problemas a partir de agora. O segredo da beleza eterna tem limites. No BCP passa-se algo semelhante: as tácticas sobrepuseram-se à estratégia do negócio. Ao tornar-se uma Hollywood bancária, o BCP não está já a discutir uma liderança. Está a fragilizar-se e a empenhar uma herança do tempo de Ramalho Eanes para a recriação de um grande grupo financeiro nacional. Que o BCP, até agora, cumpriu militantemente. Entre os passos de dança táctica de Teixeira Pinto e Jardim Gonçalves há quem tenha uma estratégia para o BCP. Está na sombra, à espera de não surgir como o culpado da cisão. O principal estratega de Tony Blair, Alastair Campbell, escreveu que estamos a entrar na era política pós-imagem. Gordon Brown e Hillary Clinton representam isso para ele, isso: mais do que a imagem, o que conta é a habilidade e a sobriedade. Está na altura de o Governo e o BCP entenderem o que é táctica e o que é estratégia. Porque a ténue fronteira entre ambos diferencia uma vitória de uma derrota.
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