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07 de Setembro de 2006 às 13:59

A carreira 100

Se existissem cidades ideais os portugueses tinham direito ao teletransporte. Como elas não existem temos de nos contentar com os chamados transportes públicos. Pior. Como se portam mal os lisboetas têm direito à Carris.

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Criada para servir os habitantes da capital ela decide por eles. Em vez de ser um serviço público tornou-se uma empresa de utilidade nebulosa. Compreende-se que tenha de controlar custos. Que faça uma gestão eficaz da sua frota. Que faça uma política integrada com a oferta do Metro. O certo é que gere a seu belo prazer um serviço que deveria ser controlado por uma Autoridade Metropolitana que vai ganhando bolor na gaveta de uma secretária. Há, de resto, um mistério que ninguém consegue resolver: qual é o serviço público que a Carris quer oferecer aos lisboetas? Dou um exemplo. Recentemente a empresa anunciou mudanças nas carreiras, desde os percursos às suas interligações. O objectivo é ter uma oferta superior nas rotas que os lisboetas utilizam. Acredita-se na bondade da empresa. Mas há casos estranhos. A carreira 100, por exemplo. Acabava em São Bento. Passa a terminar no Príncipe Real. Toda a área extremamente íngreme da Praça das Flores deixa de ter transportes. Só um pormenor: a maioria dos habitantes das ruas desta pequena zona são idosos. Sem o autocarro dificilmente se deslocarão para fora de alguns metros circundantes à sua casa. E é essa a Lisboa que os responsáveis da Carris não têm de subir a pé.
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