Opinião
Nobel da Paz carece de atualização
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1. Nobel da Paz carece de atualização
A Europa é um "continente de paz", pelo menos é o que entendeu o Comité do Prémio Nobel. Que foi recebido ontem pela troika presidencial: Herman van Rompuy (Conselho Europeu), Durão Barroso (Comissão Europeia) e Martin Schulz (Parlamento Europeu). Van Rompuy referiu os "60 anos de paz, que acontecem pela primeira vez na longa história da Europa". Palavras bem intencionadas que não evitam o zero em geografia e a recomendação de medicamentos para a memória. Isto para ficarmos pela definição estrita de guerra e esquecermos os tumultos dos últimos 2 anos em várias cidades europeias, de Atenas a Madrid, ou as consequências económicas e sociais funestas para milhões de cidadãos decorrentes da hegemonia de ferro da Alemanha. São os europeus poupados no campo de batalha, como justamente pretendeu Jean Monnet. Mas não se livram das guerras económicas entre as suas potências. O Nobel da Paz já se atualizava, não?
2. PIB
A recessão em França e no Japão ajudam ao mau estado da economia globalizada; conhecidas ontem, as previsões para o 4º trimestre dos PIB confirmam a entrada de ambos em recessão técnica. Também a economia espanhola fechará 2012 com crescimento negativo de 1,3 a 1,4%, mas menos uma décima do que a anterior previsão. A zona euro deverá afinal medir a sua recessão pelos 0,4%. Há seis meses estimava-se que seria de 0,1%.
3. Google
"Não seja mau", diz o mote da Google. A empresa devia acrescentar: "a menos que se trate da causa pública". Em 2011 a Google evitou pagar 2.000 milhões de dólares de impostos (1.530 milhões de euros) ao deslocar quase 10.000 milhões de receitas internacionais para uma subsidiária das Ilhas Bermudas. A incapacidade de cobrar impostos às multinacionais é um embaraço para governos europeus e americanos. Está a tornar-se muito depressa numa vergonha.