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Escalas de distribuição do rendimento

A grande maioria dos autores de estratégia empresarial, da corrente comportamental, concorda com a existência dum ratio óptimo na escala de distribuição de rendimentos, numa empresa, ou seja entre o valor mais elevado e o menor valor recebido por um colaborador.

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Valores acima ou abaixo deste ratio óptimo, conduzem a uma redução da performance da organização.

 

Se este valor for muito baixo, não há, praticamente, diferenciação entre as diferentes actividades, com diferentes graus de complexidade e não há, também, incentivos à promoção por mérito.

 

Um valor muito elevado conduz a um sentimento de injustiça entre produção e remuneração, com a consequente desmotivação profissional das camadas mais mal remuneradas.

 

A análise do "gap" de remunerações nas empresas é, pois, um tema da maior relevância.

 

Mas, para ser analisado, com rigor e honestidade intelectual, é necessário ter em atenção os seguintes conceitos:

 

- Não confundir rendimento com propriedade, ou seja, colaboradores da empresa com accionistas.

 

Para efeitos da análise do ratio óptimo de rendimentos numa empresa e a sua repercussão na sua produtividade e performance, é indiferente a riqueza do accionista.

 

A referência ao património do accionista, utilizado demagogicamente pelos partidos de extrema esquerda que governam actualmente o país, não ajuda nada nesta análise.

 

- Definir a classe de colaboradores que auferem os rendimentos mais e menos elevados.

 

A análise superficial tende a utilizar, como referência para o rendimento mais elevado, o do CEO da empresa, incluindo os prémios de gestão.

 

Acontece que o CEO é um lugar de nomeação conjuntural, por 3 anos, com o risco associado à inexistência dum vínculo laboral efectivo e o prémio por resultados é atribuído pelos accionistas, que abdicam, por essa via, duma parte dos seus dividendos.

 

O rendimento mais elevado deve, assim, ser definido pelo quadro da empresa mais bem remunerado, com vínculo laboral estável.

 

As conclusões mais importantes a retirar desta análise, para o caso português, são as seguintes:

 

- O ratio da função pública está, claramente, abaixo do ratio óptimo, sendo um dos motivos para a baixa produtividade e desmotivação de todos os quadros superiores que lá trabalham.

 

- Algumas PME, de foro familiar, mal geridas, têm um ratio acima do valor óptimo. Estão condenadas a desaparecer do tecido económico.

 

- As empresas com um ratio óptimo são, normalmente, empresas de média e grande dimensão, tecnologicamente evoluídas, com inovação constante, actuando no mercado global, e que têm, permanentemente, a preocupação de aumentar os rendimentos mais baixos, podendo, assim remunerar melhor os quadros especialistas, das classes remuneratórias mais elevadas.

 

Os partidos de extrema esquerda, nunca perceberão, nem quererão perceber, por motivos ideológicos, que o caminho para aumentar o rendimento das classes mais desfavorecidas, é este.

 

Como fazem, há muitos anos, os países mais evoluídos da Europa do Norte.

 

Gestor de Empresas

 

Artigo está em conformidade com o antigo Acordo Ortográfico

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