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Criar um cluster tecnológico da saúde em Portugal

Já defendi, em artigos anteriores, que o desenvolvimento duma estratégia de crescimento para o país devia seguir um processo de análise sistémica, suportada em clusters tecnológicos, construindo-se a partir destes, os vários instrumentos que fomentem esse crescimento.

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Neste âmbito, considero que Portugal tem todas as condições para a criação dum cluster tecnológico da saúde, de referência, a nível europeu.

 

Tem uma rede de hospitais, públicos e privados, de qualidade e actualizados do ponto de vista técnico e tecnológico.

 

Possui uma rede de centros de saúde e de clínicas médicas, com uma razoável cobertura geográfica e sectorial.

 

Os serviços de emergência médica e a rede de farmácias funcionam, em condições normais, razoavelmente bem.

 

As faculdades de Medicina e de Farmácia têm qualidade científica reconhecida internacionalmente.

 

O mesmo se passa com as faculdades de engenharia, que leccionam cursos de Engenharia Biomédica e de Matemática Aplicada, e com as faculdades de Ciências que leccionam cursos de Biologia.

 

Temos um parque tecnológico especializado na área da biotecnologia.

 

Temos um conjunto de empresas, na área da biotecnologia, das tecnologias da saúde e da indústria farmacêutica, que, com apoios adequados, poderiam aumentar a sua capacidade de investigação e de produção de novos produtos.

 

Dispomos de médicos, enfermeiros, engenheiros, matemáticos, biólogos e farmacêuticos, de qualidade indiscutível, com provas dadas, no país e no estrangeiro.

 

Possuímos condições únicas para atrair universidades, unidades de investigação e empresas internacionais, em parceria com entidades nacionais, assim como clientes para os vários serviços disponíveis, face às características do país e do povo português.

 

Recentemente, foi dado mais um passo para a internacionalização da nossa actividade formativa, com a aprovação dum novo curso de Medicina, que será leccionado em inglês.

 

A questão que se coloca, então, é simples:

 

- Por que razão este cluster não é já uma realidade robusta e actuante no nosso país?

 

Basicamente, por razões de preconceito ideológico da extrema-esquerda que governa o país.

 

Diabolizando permanentemente a iniciativa privada, em todas as áreas do cluster e concentrando toda a discussão em torno do Serviço Nacional de Saúde, que não é mais do que um subsistema do sistema nacional de saúde.

 

O conceito de cluster é um conceito sistémico e é daí que derivam todas as suas potencialidades.

 

A ausência duma análise, reflexão e decisão sistémica impede a afirmação e o robustecimento deste cluster tecnológico.

 

Que contribuiria positivamente para a nossa balança comercial, para a redução da nossa dívida externa e para remunerar melhor todos os quadros do sistema, sustendo a emigração dos nossos melhores médicos, engenheiros, farmacêuticos, biólogos, enfermeiros, e matemáticos para os países do Norte da Europa.

 

Mas, como afirmou o Presidente da República, "os portugueses votaram neste governo…".

  

Artigo em conformidade com o antigo Acordo Ortográfico

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