Opinião
Tendências 2016: dados, histórias e vídeos
Os dados, matéria-prima da informação, tornaram-se acessíveis, baratos e ubíquos. Duplicamos, em cada ano, os dados produzidos por todos nós, indivíduos e organizações. E estamos a utilizar toda essa potencialidade?
Não. A maioria dos dados é desconhecida. O ano vai ser marcado pelo crescimento, de acordo com os principais analistas, de sistemas de descoberta, de interpretação e de transformação dos dados em informação. Sistemas analíticos baseados em "machine learning" (algoritmos actualmente utilizados, por exemplo, em motores de pesquisa, reconhecimento de imagem, detecção de "spam", etc.) que aprendem com os dados e com a "experiência" vão-se tornar comuns. A análise e a resposta, sobretudo a previsão, vai ser dada em tempo real através de técnicas analíticas avançadas e sem intervenção humana. Os algoritmos vão substituir muitas das nossas decisões do dia-a-dia que nos consomem tempo, mas que não acrescentam valor. Hoje começa, em Las Vegas, a CES Consumer Electronics Show #ces2016, onde uma das tendências é a integração entre robôs, jogos e "wearables" (dispositivos electrónicos que podem ser usados na roupa ou em aparelhos pessoais, como os relógios da Apple ou os óculos inteligentes da Google). Tecnologias que vão ser reutilizadas na interacção e nas transacções com os consumidores.
Mas não basta saber o padrão de comportamento dos consumidores, temos de saber comunicar as nossas mensagens. Sobretudo, saber contar histórias ("storytelling") com emoção. Já ninguém tem tempo para ler páginas de conteúdos arcaicos sobre quão boa é a nossa empresa e os nossos produtos. A tendência é o "information design", infográficos, histórias interactivas e em episódios. A mesma mensagem em conteúdos diferentes para diversas audiências, através de diferentes canais. Os dados e a informação são baratos, mas construir o seu significado é dispendioso.
O vídeo é, e será, a ferramenta ideal para veicular a sua mensagem. Cerca de 83% do que absorvemos é visual. Contar histórias em vídeos que não ultrapassem 2 min de duração. Mais do que isto é uma eternidade no ecossistema digital. O vídeo tem um papel fundamental nas diferentes etapas da jornada do cliente. A tendência é cada vez mais serem personalizados, interactivos, simples e em tempo real (dê uma vista de olhos na app periscope).
A grande dúvida é se continuamos a inovar conduzidos pela tecnologia ou se pela necessidade dos consumidores.
Responsável de Marketing no SAS Portugal