O Marketing digital e a área analítica são as competências que mais contribuem para o sucesso das equipas de marketing. Por outro lado, as capacidades analíticas e o pensamento estratégico são as mais difíceis de encontrar quando se contrata para a área de marketing.

Não é de estranhar que e o digital - fruto da digitalização e do avanço inexorável dos canais digitais - e a capacidade de obter informação preciosa dos dados sejam os conhecimentos mais procurados, de acordo com o estudo "2016 CMO Summit Survey" da Spencer Stuart.

As últimas décadas foram dominadas pelas competências criativas que preencheram as necessidades. Hoje, são as competências analíticas e/ou matemáticas que diferenciam e que contribuem para o sucesso. Quase metade dos directores de  marketing (CMO - Chief Marketing Officer) afirmam que a analítica é essencial para o sucesso, atrás do digital, para 62%.

A criatividade surge na cauda dos factores importantes para o êxito do marketing, no entanto surge na quarta posição nas competências mais difíceis de encontrar, para  21% dos CMO, contra as raras capacidades analíticas, para 57% dos directores.

Surpresa, é o segundo lugar no ranking das competências mais difíceis de encontrar: pensamento estratégico. A somar à esfera analítica, temos um predomínio de procura de formações com competências lógicas, de análise e método. Faltam "Data Scientists" e Estrategas.

A meio da tabela tanto em importância como em dificuldade em encontrar os recursos, surge a área de relacionamento, aquisição e retenção de clientes e a de gestão de produto. No final da tabela surge a comunicação corporativa, publicidade e marketing corporativo.

Para os defensores da teoria (controversa) do lado esquerdo e direito do cérebro, no marketing abundam lados direitos (criativos) e escasseiam lados esquerdos (analíticos). Uma teoria cada vez mais criticada nos meios científicos. O que é importante, nas novas teorias, é a interconectividade e a multiplicidade de experiências mentais que enriquecem a nossa capacidade. No futuro não muito longe seremos no marketing mais ecléticos e menos compartimentados.

Nota: O autor não aderiu por vontade própria ao convencionalismo do recente acordo ortográfico.

Responsável de Marketing no SAS Portugal