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Opinião
29 de Janeiro de 2018 às 19:51

Novas inquisições?

A fobia dos políticos atuais pelos direitos sociais para comprar eleitorados, e do politicamente correto, atropela os mais simples direitos individuais e fundamentais.

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A FRASE...

 

"Mário Centeno violou o código de conduta? Maioria dos juristas acha que sim."

 

Observador, 8 de Janeiro de 2018

 

A ANÁLISE...

 

A atual configuração política, com a saída de Passos Coelho de líder do PSD, baralhou ainda mais o centro ideológico da direita e centro-direita. Destapou as contradições de todos os partidos do regime político que nos governam há mais de quatro décadas. Todos, no entanto, de uma ou de outra forma, querem proteger uns cidadãos de outros, usando ou abusando do poder do Estado e das suas instituições. O que nunca ninguém pode ousar é aproximar-se do liberalismo: isto é a simples liberdade de nos proteger do poder coercivo do Estado nas mais ínfimas dimensões da vida pessoal, profissional ou empresarial. O maior partido será sempre assim o PE (Partido do Estado).

 

Os novos reguladores, com os seus regulamentos e códigos de conduta, criados para nos defenderem dos desmandos de alguém, para protegerem a sua pele, que pretendem demonstrar ser perfeita, asfixiam a vida das empresas e das pessoas, para nos explicar que nos estão a servir, protegendo-nos dos riscos que é simplesmente estar vivo. Comprova-se que a morte é o descanso eterno. Viver em Portugal é ter de saber de portarias e regulamentos, e ter uma vida asséptica sem pecados. Paralelamente, saiu-nos na rifa, com a ausência de reformas da Justiça, um Ministério Público que pretende purificar a alma dos portugueses, investigando tudo e todos, com uma agenda que democraticamente devíamos conhecer melhor. Os inquisidores ao terem uma fé têm a razão da sua existência do seu lado, e a persistência nos acertos, mas também nos erros.

 

Ao quererem intrometer-se em tudo criam as condições para nos questionarmos sobre os seus poderes. Tornam a respublica irrespirável, e cinicamente transparente. O conluio entre media e poder judicial, negócios e política, corrupção e ação, é fruto de uma visão estatista de tudo, e uma ausência do que pretendemos do Estado libertador num regime democrático. O socialismo ou estatismo no seu melhor: nada se fará sem que este não saiba, interfira ou controle. A fobia dos políticos atuais pelos direitos sociais para comprar eleitorados, e do politicamente correto, atropela os mais simples direitos individuais e fundamentais.

 

Artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

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