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Jorge Marrão - Gestor 08 de Novembro de 2017 às 19:15

Não se entranha!

Despontam naturalmente os vira-casacas do costume para não perder as benesses do Novo Estado que se está a formar nos escombros da falência do Estado social.

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A FRASE...

 

"Mas como neste país se actua só depois dos desastres, nada que admirasse muito. Estamos a vinte mil léguas submarinas de um país com estratégia. E não caminhamos para a ter."

Fernando Sobral, Jornal de Negócios , 6 de Novembro de 2017 

 

A ANÁLISE...

 

O país está estranho, confuso e sem desígnio. No momento em que se entranhava esta nova normalidade de acordo de Governo e de relação com o Presidente da República, estranhámos o sucedido. As hostes da geringonça, sem dinheiro, não sabem como se comportar para criar o novo futuro. Tentam remendar o país, e acodem mal aos fogos que aparecem. O Portugal mediático, carregado de episódios de euforia ou distraído com questiúnculas, é dominado por um esquerdismo totalitariamente bem-pensante. Participam também os sociais-democratas complexados com a sua falta de esquerdismo, e os conservadores populistas, todos com receio de não serem convidados para esta festa mediática.

 

Falidos de novas ideias e de projetos, são saudosistas, e por momentos, esquecem-se, ou tentam fazer-nos esquecer, da maior revolução que tivemos no séc. XXI: o que a troika trouxe a Portugal, e a que nos ofereceu Pedro Passos Coelho e o seu governo com a interpretação e aplicação que fez do modelo europeu de resgate e de nova economia e sociedade. Foi inexoravelmente uma alteração radical da economia, que ainda não deu os frutos esperados na política, e em parte na sociedade civil. À boa maneira portuguesa, os derrotados e ex-aliados escondem-se, ou veem-se embrulhados em polémicas ou processos judiciais eternos, buscam novas caras para defender velhas ideias e para ocultar os erros do passado. Despontam naturalmente os vira-casacas do costume para não perder as benesses do Novo Estado que se está a formar nos escombros da falência do Estado social: um reduto de cativações e de transferência de dinheiro de portugueses para portugueses. Tudo feito para não abanar a vida das pessoas, criando-lhes indolência ou resignação, mas atrás da cortina nascem novos poderes que vão condicionar a nossa jovem democracia. Até se aceitar a verdade, e perceber o jogo, vamos vivendo como podemos.

 

Artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

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