A FRASE...

"… A crise global tem vindo a forçar os decisores e os académicos a repensarem as políticas macroeconómicas. Primeiro a crise do Lehman mostrou que se subestimou os perigos colocados pelo sistema financeiro… Depois a crise do euro obrigou-os a repensarem o funcionamento das uniões monetárias e as políticas orçamentais. E depois tiveram de improvisar…"

Olivier Blanchard, Giovanni Dell'Ariccia, Paolo Mauro, in www.voxeu.org, em 31 de Maio de 2013

A ANÁLISE...

O contraste é extraordinário entre o rigor dos mais prestigiados economistas mundiais, reconhecendo as limitações do saber económico e a sua surpresa pelos comportamentos das instituições e das pessoas perante as políticas formuladas, e o palrar "economês" e "politiques" das almas lusas "opinadoras" com as suas certezas e sabedoria professoral, explicando "cientificamente" que tudo o que o governo faz "está-se mesmo a ver que não daria bons resultados".

Os actuais governos, seja qual for a cor política ou País, viram-se confrontados com uma crise sem precedentes que os obrigaram a urdir políticas impensáveis. No poder nasceram os políticos "insensíveis sociais" por oposição aos "magnânimos populistas". Querem agora estes convencer-nos que as soluções são evidentes. Ninguém consegue definir com precisão o novo modelo de vida económica, social e política que brotará naturalmente desta crise. O regresso ao passado parece ser impossível. Mas, há sempre crentes para tudo. Talvez uma maior humildade e realismo no debate tornasse esta crise útil para nos prepararmos para o futuro.

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com