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02 de Janeiro de 2017 às 20:10

A Rússia, os EUA e o Médio Oriente

O destino do Médio Oriente está intimamente ligado às mudanças da política externa norte-americana e ao crescente poder da Rússia e das alianças que foi estabelecendo na zona.

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O reforço das sanções contra a Rússia feito pela administração Obama nos últimos dias de mandato são o corolário de uma política há muito seguida, que vê Moscovo como "inimigo principal" nos vários teatros onde se movem os interesses de Washington. Entre eles o Médio Oriente e a Ásia Central (para já não se falar na Europa e na questão ucraniana). Uma política de confronto que viria a ser seguida se Hillary Clinton fosse eleita. Não deixou de ser curioso que a expulsão de diplomatas russos (que Vladimir Putin, de forma inteligente, não acompanhou, como represália) acontecesse no dia em que se reuniram em Moscovo os MNE da Rússia, da Turquia e do Irão para discutir a questão da Síria. A pressão de Obama sobre Putin acontece depois de ser visível o desastre total da política norte-americana para os conflitos na Síria, na Líbia e no Iraque e na forma diletante como encarou a ameaça do Estado Islâmico, numa altura em que estava focada na queda dos ditadores como Kadhafi ou Bashar al-Assad. Mas a aposta nas forças curdas e a tentativa de dividir a Síria para poder criar uma pátria curda levaram a uma mudança das posições da Turquia (que considera que os EUA estiveram ligados ao clérigo Gulen na tentativa de golpe de Estado para afastar Erdogan) e a uma aproximação desta à Rússia.

 

Washington foi afastado desta reunião para discutir a paz na Síria, o que não deixa de ser humilhante, como disse o próprio senador John McCain. Isto é mais relevante porque se sabe que dentro de um sector de "think tanks" que nos criou um sustentáculo ideológico para a vitória de um candidato como Donald Trump se defende que a Rússia é o aliado natural dos EUA no novo contexto internacional de crescente poder da China e de instabilidade terrorista. A reacção do Departamento de Estado da administração Obama ao encontro russo-turco-iraniano foi simples: considerar que foi uma "estratégia" contra Washington, aparentemente não percebendo as novas alianças que se estão a forjar na reunião face ao desastre das políticas de Obama. Não é um acaso a reaproximação da Turquia a Israel e a ligação de Telavive a Moscovo (Benjamin Natanyau telefonou a Putin para estabelecer novas tácticas na luta contra o terrorismo). Russos, turcos e iranianos consideram que tem de ser mantida a integridade territorial da Síria, algo que não era óbvio para Obama ou Hillary Clinton. E pretendem criar condições para um diálogo entre o regime e a oposição que leve à paz.

 

Rota da Seda: oportunidades para os PALOP? 

 

A iniciativa é tentadora: fazer a análise e a divulgação das oportunidades decorrentes da proposta oficial chinesa da Nova Rota da Seda para os países que têm o português como língua oficial. A actividade inicia-se este ano e partiu da Associação Amigos da Nova Rota da Seda, que junta personalidades do meio académico, económico, empresarial e cultural. A investigadora Fernanda Ilhéu, do centro de estudos chineses China Logus do ISEG, disse ao site Macauhub que: "É uma iniciativa da sociedade civil, de pessoas de várias áreas, com um núcleo inicial da área económica, que simpatizam com a iniciativa da China, acham que pode ser boa para a China, para os países desenvolvidos e em desenvolvimento, para a economia mundial e para o relacionamento dos vários povos", acrescentando que: "É preciso conhecer o documento (Uma Faixa, Uma Rota), a iniciativa, para perceber que é arrojada, avançada, de longo prazo. A China quer construir isso com outros países e entidades que acharem que é um bom projecto."

 

A Nova Rota da Seda, projecto do Presidente chinês Xi Jinping, pretende impulsionar um programa de infra-estruturas que ligue a China à Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático e que, com isso, impulsione um incremento comercial. Nesse projecto o porto de Sines poderá ser um centro relevante. Segundo o Macauhub, entre os fundadores da nova Associação estão figuras do meio empresarial chinês em Portugal, como Choi Man Hin, presidente da Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chineses em Portugal, além de Hao Zhang, do grupo Energias de Portugal (EDP), empresários portugueses com ligações à China e Macau, como Alberto Carvalho Neto, o economista Jitendra Tulcidás e ainda Hélder Oliveira, da Fundação Portugal-África.

 

China: Bane tráfico de marfim

 

Nos últimos 10 anos, dezenas de milhares de elefantes foram mortos em África por causa do marfim. Principal destino deste: a China. Até bebés elefantes foram mortos para alimentar o apetite dos compradores. O destino da espécie está hoje em perigo. Na sexta-feira, o Governo chinês anunciou que vai acabar com o mercado nacional de marfim, o maior do mundo. Pode ser a forma de a espécie não desaparecer. Resta agora saber se o tráfico ilegal será combatido com vigor, para impedir que a matança continue e o elefante desapareça da face da Terra.

 

Promoção: de produtos portugueses

 

O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) é um dos participantes na Feira de Promoção e Exposição da Indústria e Comércio & Carnaval entre Guangdong, Hong Kong e Macau 2016 com um pavilhão onde procura divulgar o papel de plataforma entre a China e os países de língua portuguesa. A Feira decorre até 8 de Janeiro e o Pavilhão de Macau está centrado na divulgação das informações do Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa, estando patentes no local 17 produtos dos países de língua portuguesa.

 

Macau: população cresce

 

A população de Macau atingiu 650,9 mil pessoas no final de Agosto de 2016, o que representa um acréscimo de 17,8% relativamente às 552,5 mil pessoas que residiam no território em 2011. Na apresentação dos resultados preliminares dos Intercensos 2016, soube-se que a população de Macau contava com 638,3 mil pessoas residentes e 12,6 mil flutuantes.  Por local de nascimento, havia em Macau 284,1 mil pessoas (43,6%) naturais da China continental, contra 265,1 mil naturais de Macau (40,7%), números que comparam com 255,2 mil e 226,1 mil, respectivamente, registados em 2011. A densidade populacional, de 21.400 pessoas por quilómetro quadrado, subiu 15,9% face a 2011 (18.478).

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