Opinião
Trabalhar sob pressão
Estar bem preparado muitas vezes não é suficiente. A ansiedade, as preocupações e os contratempos podem comprometer os resultados. Fazer bem é muitas vezes também prejudicado por preocupações a mais, pelo perfeccionismo.
William Harms, da Universidade de Chicago, identificou uma série de comportamentos que levam as pessoas a bloquear: pensar demasiado no que se está a fazer, ter receio de falhar, de que corra mal, ter medo de não estar à altura das expectativas, etc. Tentar controlar todos os aspectos das tarefas em que estamos envolvidos retira-nos fluidez no trabalho.
É possível, no entanto, bloquear o que nos bloqueia. Sian Beilock, também da Universidade de Chicago, realizou testes com jogadores profissionais de golfe e descobriu que quanto menos os jogadores analisavam as jogadas melhores desempenhos tinham - estar concentrado e focado, mas não analisar e analisar… Cantar ou assobiar, por exemplo, evita que o cérebro analise em demasia o que estamos a fazer. Sob pressão, o que fazemos corre mais facilmente se estivermos ligeiramente desligados, fluindo, a ouvir música, por exemplo.
Outros testes mostraram ainda que a performance profissional pode também ser afectada quando se lida com preconceitos; do género, os homens são sempre assim e as mulheres são sempre assado. A desconstrução de preconceitos ou o surgir de modelos de sucesso que desmintam esses mesmos preconceitos são formas eficazes de assegurar que o desempenho não é afectado. Testes a alunos liceais de raça negra e de raça branca apresentaram resultados significativamente diferentes quando realizados antes e depois de o Presidente Barak Obama ter sido eleito. Para a comunidade de cidadãos negros nos Estados Unidos, a eleição de Obama mostrou que esses cidadãos são capazes de fazer o que quer que seja, desmistificando preconceitos e fazendo subir, instantaneamente, a performance de muita gente.