A confiança, acreditar em si mesmo, pode ser mais importante para o sucesso profissional do que a competência técnica, defende um estudo da Universidade da Califórnia e da Universidade de Navarra, publicado no ‘Journal of Personality and Social Psychology’. A competência técnica é necessária, mas pode não ser suficiente. A confiança é importante.

Serão os profissionais mais produtivos os mais confiantes? Como se relaciona confiança e produtividade? A confiança tem que se lhe diga. Em geral, ser mais produtivo, gerar melhores resultados do que a média, facilita ter confiança em si próprio e nas suas capacidades; mas pode não ser assim, por questões de personalidade ou outras. E o contrário também pode ser verdade. Ou seja, o ser confiante facilita ser mais produtivo. Quem está confiante acredita em si próprio, com razões para isso ou sem elas, e por isso mesmo tende a ser mais produtivo.

Confiança a menos leva a entrar a medo, a baixar o empenho, a não fazer, não arriscar e perder a oportunidade. Por outro lado, uma pessoa confiante acredita ser capaz, independentemente de o ser ou não… E como está confiante, actua. "A confiança leva a que façamos as coisas em vez de ficar a pensar nelas", comentam as investigadoras Kay e Shipman a obra ‘The Confidence Code’.

A produtividade relaciona-se com fazer as coisas, e fazê-las bem. Só fazendo se pode fazer bem. Por isso, as pessoas mais confiantes tendem a ser as mais produtivas. Trata-se de alguma forma de um ciclo virtuoso: a confiança gera mais produtividade, que gera mais confiança e por aí fora… Sendo, claro, a competência técnica a base da produtividade.

Concluindo, pode entrar-se no ciclo por qualquer um dos polos. Ser mais produtivo, atingir os objectivos, alimenta a confiança, que nos vai fazer mais produtivos... Ou começar desde logo por estar confiante, bem preparado, focado no que há a fazer e deitar mãos à obra.

 Professor na Universidade Católica Portuguesa

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