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25 anos da Animar e do desenvolvimento local em Portugal

Dia 17 de setembro a Rede Animar - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local irá celebrar 25 anos desde a data da sua constituição.

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25 anos de ativismo(s) da sociedade civil, que geraram na diversidade de contextos de atuação e de organizações uma rede ímpar de agentes de desenvolvimento que contribuíram para a afirmação do Desenvolvimento Local (DL) em Portugal. As primeiras experiências do DL nasceram na década de 60 do desenvolvimento comunitário em contexto rural, que se fortaleceram, tendo chegado na década de 80 aos territórios urbanos.

 

Encontrar e construir soluções coletivas, participadas e partilhadas, no envolvimento, planeamento, animação e atuação para o desenvolvimento dos seus territórios foi a resposta encontrada pelas comunidades, através de organizações formais e informais, para a resolução e/ou atenuação dos seus problemas locais.

 

Concetualmente, o DL consiste na promoção da cidadania participativa, da capacitação e autonomização dos agentes locais para combater as desigualdades locais e procurar soluções integradas com base nas dimensões económica, social, cultural, política e ambiental, sendo considerado também, um processo de mudança de base comunitária, de um grupo territorialmente enraizado, que se reconhece numa identidade comum e é capaz de se mobilizar em dinâmicas de solidariedade ativa para resolver problemas.

 

Entende-se, aqui, o DL enquanto modelo, sendo que, enquanto organização, sugere-se a proposta de "Organizações de Desenvolvimento Local - ODL" do Estudo de Caracterização da Rede Animar, onde se caracterizam as ODL, enquanto organizações de economia social (art.º 4.º da Lei de Bases da ES, n.º 30/2013, de 8 de maio), partilhando a sua missão de contribuírem para uma melhor coesão territorial, produzindo bens e serviços ligados a um território e a comunidades humanas, podendo ter uma incidência setorial predominante e procurando ter em atenção a sua natureza multidimensional nos processos de desenvolvimento. Se, por um lado, temos as organizações formais da economia social, por outro, temos as organizações formais e não formais que se afirmam enquanto economia social e solidária, por defenderem princípios comuns de atuação, traduzidos em lógicas emancipatórias de cidadania participativa e igualdade, de solidariedade horizontal, de empoderamento das comunidades e visão ecocêntrica.

 

O legado imaterial dos 25 anos da Animar permite contribuir para uma maior afirmação do DL em Portugal, que poderá ser alcançada através de uma maior e mais eficiente cooperação e convergência das organizações da sociedade civil e no reforço do seu papel junto do Estado que terá de estabelecer um enquadramento que reconheça as ODL, e definir, para avaliação do processo e do seu impacto, um conjunto de indicadores de análise do DL, e por último, consolidar uma política de educação para o DL, integrada, intergeracional, multidimensional e multinível.

 

Termino, sugerindo a ideia de DL, com base em dois conhecidos provérbios, "para educar uma criança é preciso toda uma aldeia… apenas deverá ser escutada, participar nas decisões e sentida como igual, aprender a construir a sua cana, ensinando-a a pescar, e a não ser dominante na nossa casa comum, a casa dos peixes que pesca, a casa do ar que respira e da natureza que a conforta."

 

REVESCO - Revista de Estudos Cooperativos

 

Foi publicado na internet o n.º 124 da REVESCO, Revista de Estudios Cooperativos, editada em Espanha, pela Associação de Estudos Cooperativos (AECOOP) e pela Escola de Estudos Cooperativos da Universidade Complutense de Madrid. Esta edição corresponde ao 2.º quadrimestre de 2017 e contém diversos artigos sobre temas de interesse para o cooperativismo e a economia social, nomeadamente sobre novas tecnologias, governação de cooperativas agrícolas, princípios cooperativos na legislação, crowdfunding no setor cooperativo, banca cooperativa e banca ética e relançamento do cooperativismo em Cuba.


9.ª Academia da Economia Social e Solidária

 

Entre 25 e 29 de setembro, realiza-se, na cidade de Luxemburgo, a 9.ª edição da Academia da Economia Social e Solidária, numa iniciativa da Organização Internacional do Trabalho. O principal objetivo desta academia é promover um melhor conhecimento do conceito de economia social e solidária e o seu possível contributo para o futuro do trabalho. Desta vez, estarão em debate temas como digitalização do trabalho, economia circular, o futuro do trabalho para todos, formação, educação e novas competências e experiências inovadoras de organização, incubação e aceleração da economia social e solidária.

 

Presidente da Animar - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local

 

Coordenação: GESM - Montepio

Apoio: OBESP – CIRIEC

 

Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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