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02 de Julho de 2017 às 18:17

Tecnologia, inovação e empreendedorismo

Há cinquenta anos atrás, mal conseguíamos voar, no entanto, agora acabo de escrever este artigo numa companhia aérea confortável a voar sobre o atlântico e com um excelente expresso.

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Pense em todas as grandes inovações da nossa espécie e encontrará um elemento comum. Qualquer grande desenvolvimento quer seja social, cultural e económico é proveniente de três grupos de pessoas: empreendedores, artistas e cientistas; e, com certeza, isto resulta da intuição! A inovação requer, por isto, que todos os pontos fundamentais do conhecimento (a ciência) se liguem de uma maneira incomum criando a "serendipity" (fazer descobertas de forma acidental) envolvendo todos aqueles que mudam a sociedade (os empreendedores).

 

A escala dos nossos problemas (e oportunidades)

 

A inovação raramente acontece no vazio. Os seres humanos primitivos criaram ferramentas para melhorar a habilidade para caçar e construir abrigos - e, desta forma, a nossa espécie cresceu. O básico instinto de inovar mudou alterando a escala dos problemas e das oportunidades.

 

Há cinquenta anos atrás, mal conseguíamos voar, no entanto, agora acabo de escrever este artigo numa companhia aérea confortável a voar sobre o atlântico e com um excelente expresso. Há, no entanto, milhares de milhões de pessoas que não têm acesso aos bens essenciais: comida e água pelo que não termos a capacidade de mudarmos esta situação é imperdoável. Este nível de desigualdade, que nasceu do capitalismo, e que também desenvolveu a inovação não passou despercebido.

 

Eu sou humilde e inspirado pelo imenso número de talentos graduados em programas MBA que em todo o mundo estão a fazer este tipo de programas não para seguir a sua carreira em bancos ou consultoras mas, sim, para mudar o mundo. É minha convicção que estes serão a próxima geração de milionários que criarão a sua riqueza através da resolução muitas das crises mundiais desde a fome, pobreza, saneamento básico, saúde e educação, entre outros.

 

Assim que melhorarmos as condições de vida do resto da humanidade estaremos, sem dúvida, a contribuir para uma melhoria da riqueza, segurança e bem-estar de todos nós.

 

A grande convergência

 

Vivemos num tempo único em que a tecnologia está a convergir com as nossas ambições de uma forma que o "outcome" seja não apenas incremental das nossas capacidades mas, sim, uma revolução. Relembro a conversa com John Sculley (CEO da Apple entre 1983 e 1993) que me falou sobre o tempo em que esteve no laboratório da Apple onde Steve Jobs e Bill Gates estavam a falar sobre as suas ambições, "…Somos dois jovens, abaixo dos 30, a falar sobre a causa nobre de dar o poder aos colaboradores através de ferramentas que os ajudem a tornarem-se incrivelmente produtivos e ajudá-los a mudar a forma como as coisas são feitas no mundo; isto criando novas indústrias, entretanto."

 

Apple e Microsoft nasceram da convergência de um conjunto de tecnologias mas atualmente esse número é exponencialmente maior e as novas indústrias criadas estão a crescer e a mudar o nosso planeta. Quais são os exemplos mais clássicos disto? A maior cadeia de hotéis não tem as suas próprias unidades, a maior empresa de transporte não tem carros e um dos maiores países é, atualmente, uma rede social…

 

Nunca foi tão empolgante ser empreendedor apesar de, por vezes, o ritmo da inovação poder parar de nos fazer ver isto. Olharei sempre para trás pelo simples facto de que quando o meu avô nasceu mal conseguíamos voar - e agora, fruto do empreendedorismo, tecnologia e inovação, ainda na nossa geração estou certo que veremos o primeiro homem a andar em Marte.

 

Professor do The Lisbon MBA

 

Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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