Opinião
Quando os jovens nos mostram o caminho
A minha mensagem é que temos de nos reinventar e adaptar a este novo mundo. Tal como com o velho ditado: "Parar é Morrer". O cliente exige a personalização do serviço e é isso que temos de oferecer.
É sabido que a economia sofre várias mudanças ao longo da história, mudanças que transformam a nossa sociedade. Passaram mais de dez anos desde o início da crise financeira de 2008. Um evento global que mergulhou países como Portugal e Espanha numa crise financeira, política e social. A crise financeira provocou uma nova conceção de consumo e novos hábitos sociais.
A economia colaborativa ou Gig Economy, chegou até nós há quase uma década e, ainda que muitos não apostem nela, converteu-se numa realidade que alarga novos horizontes de trabalho para o futuro.
Ou seja, os jovens participam na economia como freelancers, onde usam o meio digital, de forma prática, com menos custos e compromissos. Esta é a nova tendência que reina no consumo atual.
A prática de Couchsurfing ou estadias em hostels são um claro exemplo disso mesmo. Há uns tempos para cá que programamos férias em casa de desconhecidos ou numa unidade hoteleira onde partilhamos o quarto com estranhos. Porquê? Porque é mais barato, mais simples e onde o objetivo é ter onde dormir.
Esta tendência tornou-se de tal forma mainstream que em certas cidades da Europa encontramos hostels ou casas nas plataformas Booking e AirBnB com preços semelhantes ou superiores a um Hotel. Isto é uma evidência de como a procura por um produto ou serviço pode modificar o seu valor.
Estas plataformas têm cada vez mais adeptos e já não se cingem somente "à juventude", em parte, porque estes serviços cada vez mais se focam na personalização dos produtos.
Antes desta transformação as empresas devem refletir sobre os novos hábitos de consumo, no que realmente o cliente procura. Reinventar-se por assim dizer.
Como traduzimos isto para o mercado empresarial?! Logicamente devemos compreender o novo paradigma e realizar uma análise ao terreno. Mas mais que tudo é saber dar passos decisivos em frente.
Entremos no mundo dos seguros. Para segurar um automóvel precisamos de ir a uma oficina, tratar da burocracia de assinar papéis, pagar um valor mensal e ter um contrato com uma seguradora durante um período tempo. Por outras palavras, é tudo aquilo que um jovem abomina.
Solução: Aplicar as três ideias base: Economia colaborativa, app e personalização. Esta é a única forma de chegar até aos jovens e aprendermos com eles a estarmos na vanguarda respondendo em antecipação à procura do mercado.
A minha mensagem é que temos de nos reinventar e adaptar a este novo mundo. Tal como com o velho ditado: "Parar é Morrer".
O cliente exige a personalização do serviço e é isso que temos de oferecer.
Meus amigos, os hábitos de consumo mudaram e se não mudarem também mais vale fechar a loja.
Vice-Presidente do Sul da Europa & General Manager da MetLife na Ibéria