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Coração dividido (e partido)

Tanta coisa para escrever sobre tantos assuntos interessantes! Pensei em escrever sobre as propostas que aí vêm para a institucionalização da atividade de lóbi. Ou sobre a indefinição na Grécia, com um "Grexit" a poder aproximar-nos de um "Portexit".

Ou da relevância de uma das áreas em que somos líderes mundiais e que a recém-lançada Economist Movies refere - a política sobre drogas(1) . Mas não. Hei de lá voltar um destes dias. O que me divide são duas organizações com as quais tenho relações profissionais que se confundem com grande paixão - a Universidade Lusófona e o Sporting Clube de Portugal.

 

Começando pela Lusófona, recordo-me quando acabei o meu curso superior em 1996 e antes de iniciar a minha primeira atividade profissional de auditor, colaborei como estagiário na área administrativa da Universidade. Aí apercebi-me dos méritos que fazem desta instituição a maior Universidade de Ensino Superior Privado de Portugal e que me fizeram aceitar, em 2006, o convite feito pelo seu presidente para administrador do Grupo Ensinus, que tinha sido integrado no Grupo Lusófona nessa altura. Sou ISG, sou INP, sou Escolas Profissionais e Externatos, sou Ensinus. Sou, por tudo isso e muito mais, Lusófona!

 

Reportando-me a 1996, verifiquei na altura a dimensão do que um grupo de pessoas empreendedoras, diligentes, responsáveis, conseguiu fazer e da preocupação sempre existente em criar sistemas de controlo e de adequação a uma realidade sempre muito dinâmica. Porque falamos de pessoas (graças a Deus!) sabemos que, por desconhecimento ou por falhas humanas, importa criar mecanismos que salvaguardem a integridade e fiabilidade das decisões e da informação gerada. E é isso que temos. Ponto! Ferem a minha integridade os ataques e as deturpações que surgem em meios de comunicação social em que pessoas – passíveis de também sofrerem de ignorância e de terem falhas (graças a Deus!) – com responsabilidade fazem textos e montam capas de jornais que criam brechas numa instituição de utilidade pública que sempre cumpriu zelosamente os seus deveres face a uma tutela, que é também, a maior concorrente deste ensino superior privado que começou na Universidade Livre, de boa memória. Apercebo-me de que são criados guiões por aqueles que, facilmente se identificam como beneficiários destas crises e que se apoiam nos invejosos do costume. Eu, para as parangonas dos jornais, gostaria de propor novos títulos. Já que, segundo verifico na comunicação social, um conjunto de uma dezena de inspetores estiveram mais de dois anos a inspecionar cerca de 8500 processos de alunos e descobriram 152 casos com falhas, proponho que se refira a ínfima percentagem dos dossiês analisados que apresentaram problemas. E que os mesmos se estão a resolver. E que os jornalistas questionem que procedimentos são seguidos noutras instituições. E muitos dos licenciados deste país que olhem para o seu certificado de habilitações e que vejam se de facto lá estão somente as cadeiras (obrigatórias e optativas) que estavam no currículo do seu curso. Conheço casos em que as cadeiras feitas por exemplo no programa ERASMUS, que deveriam ter sido creditadas e dadas equivalências às cadeiras do curso de origem, o não foram. E isto é relevante? Pelos vistos, para se colocar em causa uma instituição, repito, de utilidade pública, é!

 

Já no que ao Sporting diz respeito, e porque o espaço já não é muito, venho obviamente lamentar as afirmações levianas do senhor ministro da Economia. Por vezes devemo-nos circunscrever à "cartilha" dos assessores. Quando se desviam e fazem comentários sobre uma empresa privada, que apresenta recentemente uma significativa recuperação operacional e financeira, cotada em bolsa, confundindo conceitos, só se pode estar numa outra galáxia. Sim, não tem sido fácil. Sim, numa primeira fase só o atual presidente e os que aceitaram participar nos órgãos sociais que se candidataram em 2013 acreditavam neste projeto. Hoje, perfilam-se como putativos candidatos muitos dos que conduziram à situação calamitosa em que o Sporting se encontrava. Muitos já salivam por fazer auditorias futuras sobre atos de gestão destes dois anos. Mas a grande verdade é que hoje há uma diferença – o Grupo Sporting apresenta resultados financeiros positivos, contrariamente aos prejuízos crónicos gerados. Podem existir falhas, erros, enganos, mas creio que o que de bom se fez compensa em muito eventuais menos-valias. Alguém pode transmitir esta informação ao senhor ministro? Até porque ele também é Sporting!

 

(1)http://www.economist.com/content/global-compass-drugs-war-or-store

 

Administrador do ISG e Sporting SAD

 

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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