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IA: o "difícil equilíbrio" entre valores e progresso tecnológico

A forma como o poder controla a tecnologia levanta uma série de questões que vão da ética à privacidade até segurança. De um lado da balança estão valores, do outro o progresso. O difícil é equilibrar a balança.
Diana do Mar 22 de Novembro de 2023 às 10:50


A ideia de que a União Europeia precisa de regular a inteligência artificial é consensual, mas a forma como o irá fazer (e o tempo que irá demorar) levanta receios sobre o risco de perder terreno na corrida do progresso tecnológico.

"A regulamentação europeia vai ser mais uma barreira para a Europa face aos EUA?", perguntou uma das participantes do painel "Poder da Tecnologia: a arma que transformará o mundo?" Joana Mendonça admite que sim: "Temos um grande ‘know-how’, mas temos enorme barreira em transformar conhecimento em valor económico por várias razões - essa é uma delas", reconheceu a docente do Técnico e ex-presidente da Agência Nacional de Inovação.

Paulo Carreira, cofundador da tecnológica Sensei, também assinalou as diferenças entre a UE e os EUA para reconhecer que a competitividade europeia pode sair beliscada: "A Europa tipicamente tem uma perspetiva mais ‘top-down’, enquanto os EUA mais ‘bottom-up’, mais de autorregulação, e tendo eles um sistema mais liberal, a curto prazo, pode traduzir-se em mais competitividade para as empresas americanas".

Mas o receio é maior do que isso, com vozes do público a assinalarem, por exemplo, o investimento em investigação, até com recurso a fundos europeus, que acabam por ir para outras geografias, como a Ásia, "gerando valor que não estamos a aproveitar".

Já outra participante deixou claro que, em todo o processo, "a ética é muito importante", como ficou demonstrado na manipulação de eleições, preferindo "sentir-se segura", embora ciente de que esse foco pode "penalizar um pouco" o desenvolvimento e a capacidade de se gerar valor através da tecnologia.

A demora na feitura da regulamentação foi também mencionada como um entrave, mas, para Paulo Carreira, a complexidade assim o exige: "O legislador também tem reservas em aplicar de forma rápida. A tecnologia evolui rapidamente, pelo que não podemos correr risco de criar um espartilho para o desenvolvimento. O equilíbrio é difícil".

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