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A factura doméstica vai ficar mais cara?

Abrir a torneira da água em algumas regiões do País pode até sair mais barato em 2015, mas o consumo de electricidade vai ficar mais caro, assim como os novos contratos de telecomunicações.

Bruno Simão/Negócios
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A factura doméstica das famílias portuguesas vai encarecer em 2015, ainda que uma parte dos consumidores possa conseguir fugir aos aumentos. Para a generalidade dos lares, a electricidade ficará 3,3% mais cara. Nas telecomunicações há também aumentos à vista. Mas a factura do gás natural fica inalterada. Já a conta da água dependerá do município de residência: em Lisboa os preços não aumentam (para já) e no Porto irão descer 2,5%. Mas em Cascais, por exemplo, sobem 1,1%.


A electricidade será a rubrica de despesa doméstica em que os portugueses mais sentirão um agravamento da factura. Excepção para as famílias de mais baixos rendimentos, que verão a tarifa social baixar 14% já em Janeiro. No gás natural, a opção do regulador foi não mexer nas tarifas a vigorar no primeiro trimestre. Quanto ao resto do ano, os preços do gás são uma incógnita.

 

Telecomunicações sobem


Certa é também a subida na factura com comunicações, que pode, no entanto, não abranger todos os consumidores. Quem tem contratos para pacotes de serviços já firmados, e se encontra ainda no período de fidelização, manterá, na maior parte dos casos, o tarifário. No entanto, os novos contratos terão preços acima dos actuais. Além disso, é possível que o custo com tráfego (quer sejam chamadas de voz quer sejam ligações de dados) também suba. Depende também de tarifário para tarifário e do operador.

 

A Nos revela que subirá os seus preços, em média, 3%. A PT Portugal assume um aumento médio de 2,5%. A Vodafone também aumentará os seus preços. Todos acima da inflação prevista, mas nada obriga estas empresas a actualizar os tarifários apenas ao índice de preços ao consumidor. E o aviso de que os preços eram para subir já tinha sido dado. Os operadores têm falado na necessidade de conter a queda da margens e receitas e de pagar os investimentos que têm feito.

 

Água sobe... ou desce?


No imediato, as famílias conseguirão escapar a aumentos da factura da água se viverem, por exemplo, em Lisboa ou no Porto. Há casos como Vila Real, onde as tarifas irão cair 8% em Janeiro. Mas durante o ano, os consumidores poderão sofrer actualizações tarifárias (em Lisboa a EPAL actualiza os preços em Agosto). Note-se que a reestruturação do sector da água, apresentada em Outubro, permitirá aos municípios do interior baixar os preços já em 2015, enquanto as autarquias no litoral sofrerão um encarecimento da factura da água: nestas, contudo, os aumentos poderão ser diluídos em cinco anos.

 

 
Os efeitos
Subidas de preços nunca são uma boa notícia para o consumidor. Mas além dos efeitos negativos na poupança das famílias há outros impactos a considerar.
 
Positivos
Eficiência no sonsumo
As sucessivas subidas da factura energética poderão ter o efeito benéfico para o ambiente de reduzir o consumo de energia das famílias.
 
Concorrência de ofertas
O aumento dos preços regulados pode dar aos comercializadores do mercado mais margem para praticar descontos e outras estratégias para captar clientes.
 
Negativos
Dívida tarifária
Se o aumento de preços provocar uma diminuição no consumo de energia, tornar-se-á mais difícil o sistema eléctrico amortizar a dívida tarifária hoje existente, aumentando os encargos futuros.

Rendimento disponível
A subida da factura energética diminui o dinheiro que as famílias têm para gastar, o que pode ter impacto negativo na evolução do consumo privado e da economia nacional. 

 

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