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Quem é o Santander que quer o Novo Banco?
O Santander diz-se satisfeito com a presença em Portugal mas o Novo Banco permitiria reforçar a posição e, possivelmente, até dar a liderança. No país, o grupo está em litígio com o Estado português devido aos "swaps" que vendeu a empresas públicas.
O Santander Totta foi o único banco que não aceitou renegociar com o Estado o cancelamento de contratos de gestão do risco financeiro ("swap") que havia vendido a empresas públicas portuguesas na última década. Até Junho de 2016, deverá chegar a sentença judicial que dirá se a unidade do grupo espanhol comercializou produtos considerados inválidos, com estrutura complexa. É até à mesma altura, mais precisamente até Agosto desse mesmo ano, que o Novo Banco, no qual o Santander está interessado, tem de ser vendido.
Apesar do litígio judicial, o Santander já está em Portugal, sob a união com a marca Totta. Em 2013, o Santander Totta representou apenas 2% do lucro obtido por todo o grupo Santander. Nos primeiros nove meses, a proporção manteve-se idêntica: o resultado líquido do Totta ficou nos 118,8 milhões de euros. O espanhol Santander obteve lucros de 4.361 milhões de euros.
Portugal é, ainda assim, um dos dez principais mercados do banco espanhol. E, no país, o Totta é um dos poucos que tem conseguido manter-se em terreno positivo no que aos resultados diz respeito. Aliás, o banco tem utilizado esse como um dos argumentos para se diferenciar da concorrência (a par do facto de não ter precisado de ajuda pública).
A situação financeira positiva tem levado António Vieira Monteiro, presidente executivo do Totta, a reiterar que o Santander está contente com a presença em Portugal. Ainda que esteja também interessado em analisar as oportunidades. E a grande oportunidade é poder juntar-se a um banco que é maior do que o Santander e que lhe dará um lugar de maior destaque no sistema financeiro nacional – e junto do tecido empresarial nacional.