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O crédito, tanto para as famílias como para as empresas, continua a sair a conta-gotas das instituições financeiras. No próximo ano, poderá acelerar um pouco. E as taxas cobradas também têm margem para encolher num contexto de juros em mínimos históricos.
"Há sinais de uma inflexão da tendência [de concessão de crédito às empresas], mas não se pode dizer que os montantes concedidos estão a aumentar", diz Filipe Garcia. Contudo, "há mais interesse por parte dos bancos [em conceder] e das empresas [em solicitar]", nota o economista da IMF. "Mais ainda há segmentação: há crédito para as exportadoras e as grandes, para as outras não".
No caso das famílias, "o crédito direccionado, ou seja, para a compra de habitação e automóvel, tenderá a aumentar ligeiramente". Isto porque tem um colateral associado, ou seja, dá mais garantia ao banco. Contudo, a perspectiva é de que a restritividade se mantenha algo elevada, com o sector a procurar evitar enfrentar novos casos de incumprimento.
Taxas em queda
"Os juros que as empresas suportam estão a cair desde meados de 2012", nota Filipe Garcia. "E vão continuar a descer, reflectindo os cortes na taxa do BCE, mas também a diminuição do risco percepcionado sobre o país", acrescenta.
"Vamos ter taxas mais baixas para as empresas, mas também para as famílias: os ‘spreads’ podem descer um pouco", prognostica o economista. As margens de lucro dos bancos têm vindo a cair. A maioria das instituições tem "spreads" mínimos, cobrados para os créditos à habitação, abaixo da fasquia de 3%.