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Os bancos vão dar mais crédito a empresas e famílias?

O crédito, tanto para as famílias como para as empresas, continua a sair a conta-gotas das instituições financeiras. No próximo ano, poderá acelerar um pouco. E as taxas cobradas também têm margem para encolher num contexto de juros em mínimos históricos.

31 de Dezembro de 2014 às 09:30
Reuters
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O crédito, tanto para as famílias como para as empresas, continua a sair a conta-gotas das instituições financeiras. No próximo ano, poderá acelerar um pouco. E as taxas cobradas também têm margem para encolher num contexto de juros em mínimos históricos.


"Há sinais de uma inflexão da tendência [de concessão de crédito às empresas], mas não se pode dizer que os montantes concedidos estão a aumentar", diz Filipe Garcia. Contudo, "há mais interesse por parte dos bancos [em conceder] e das empresas [em solicitar]", nota o economista da IMF. "Mais ainda há segmentação: há crédito para as exportadoras e as grandes, para as outras não".


No caso das famílias, "o crédito direccionado, ou seja, para a compra de habitação e automóvel, tenderá a aumentar ligeiramente". Isto porque tem um colateral associado, ou seja, dá mais garantia ao banco. Contudo, a perspectiva é de que a restritividade se mantenha algo elevada, com o sector a procurar evitar enfrentar novos casos de incumprimento.

 

Taxas em queda


"Os juros que as empresas suportam estão a cair desde meados de 2012", nota Filipe Garcia. "E vão continuar a descer, reflectindo os cortes na taxa do BCE, mas também a diminuição do risco percepcionado sobre o país", acrescenta.


"Vamos ter taxas mais baixas para as empresas, mas também para as famílias: os ‘spreads’ podem descer um pouco", prognostica o economista. As margens de lucro dos bancos têm vindo a cair. A maioria das instituições tem "spreads" mínimos, cobrados para os créditos à habitação,  abaixo da fasquia de 3%.

 

 
O protagonista
Mario Draghi assumiu um papel de destaque na gestão da crise da dívida soberana. E continua a ser o foco das atenções agora que "em cima da mesa" está a debilidade da economia da Zona Euro, bem como o risco de deflação. A expectativa em torno de novas medidas do BCE farão do presidente da autoridade monetária uma peça-chave no novo ano, podendo dar o mote para que o crédito comece a fluir dos bancos para a economia, contribuindo para o desejado impulso.
 
Taxas de juro vão continuar a descer?
Não era expectável que as taxas de juro descessem mais, mas desceram. Com os novos cortes na taxa directora por parte do BCE, as Euribor afundaram para novos mínimos, chegando mesmo a atingir níveis negativos nos prazos mais curtos. A taxa de referência está em 0,05%, não deverá descer mais, mas a promessa de manutenção de juros baixos durante algum tempo por parte de Mario Draghi, associada à possível compra de dívida soberana, continua a dar margem para que os juros de mercado continuem a baixar, embora não de forma muito expressiva, o que terá um impacto positivo nos encargos suportados tanto pelas famílias, como pelas empresas portuguesas.
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