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Vítor Aleixo: "Modelo de grandes empreendimentos não está esgotado"

Vítor Aleixo garante que os grandes empreendimentos ainda têm espaço para crescer. E o turismo ainda não atingiu o limite, porque há novos segmentos em exploração.

27 de Outubro de 2016 às 10:00
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Loulé é um concelho marcado pela actividade do turismo e pelos grandes empreendimentos imobiliários, e nenhum deles atingiu ainda o limite, garante o autarca Vítor Aleixo, eleito nas listas do PS.  Mesmo que o turismo enfrente uma quebra nos meses de Inverno. Há margem para se continuarem a expandir.

O modelo de grandes empreendimentos, como Vilamoura ou Quinta do Lago, é para continuar?
É para continuar até porque ele não está esgotado, existem áreas com planos aprovados que ainda não foram concretizados. Veja-se a compra por um fundo norte-americano, Lone Star, de toda a parte de Vilamoura que tem um plano de urbanização aprovado desde 1999, mas que está ainda por desenvolver. Significa que dentro daquele paradigma mais tradicional da actividade económica do Algarve há ainda espaço de afirmação e crescimento.

Em termos de receitas para o município é importante porque assegura uma grande estabilidade a nível de impostos.
Sim, é importante. Mas também porque gera empregabilidade. Mais algarvios, mais residentes que têm oportunidade de trabalhar. Neste momento crucial que atravessamos, um período difícil, a empregabilidade e o trabalho que é gerado nessa actividade são muito importantes. É evidente que a arrecadação de IMI também é. Em média, Loulé arrecada 35 milhões de euros de IMI. Num orçamento de 106 milhões de euros tem um peso significativo.

Não o preocupa que durante grande parte do ano haja muitas casas vazias? Não é uma visão de cidade-fantasma?
Já foi mais assim, o fantasma já assustou mais. Na verdade, vai a Quarteira, que há 15 anos era uma cidade-fantasma, e hoje não é. É uma cidade que funciona, com todos os serviços que são prestados e proporcionados à população durante todo o ano. Aquela visão um bocado tristonha de prédios com alguma volumetria e as luzes sempre apagadas já não é tanto regra. Não está tudo preenchido e ocupado, mas esse fenómeno decresceu muito nos últimos anos.

Mas enfrenta a sazonalidade.
A sazonalidade tem vindo a ser quebrada. Fora da época alta temos grandes acontecimentos no domínio do hipismo, que atrai uma grande actividade na área de Vilamoura. São competições de dimensão mundial, com capacidade de atrair cavaleiros de todo o mundo, do primeiro "ranking" competitivo, que se estendem por dois meses, duas vezes por ano. Depois temos o golfe, uma actividade turística que ao longo dos anos se estruturou e garantiu actividade ao longo de todo o ano, o que nos permite encarar a actividade turística de uma forma quase regular, que já não é tão sazonal como antes. Outubro ainda é um mês forte.

Ainda é possível receber mais turistas no seu concelho ou atingiu o limite?
Não, não atingiu. Há segmentos da actividade turística que começam a despontar em zonas não litorais do território. Os turistas procuram actividade cultural, conhecimento do património, vivenciar as nossas actividades tradicionais no artesanato, na gastronomia. Há aqui um novo segmento no turismo que se agarra muito à reabilitação do património, o que nos diz que o turismo tem ainda outras áreas onde crescer e estamos apostados nesse novo segmento de actividade turística. Há ainda o turismo de natureza que começa a ter peso na parte serrana do Algarve. As pessoas procuram-nos para caminhadas, passeios, observação da natureza, ar puro. Tudo isso é um valor que começa a ter uma abordagem económica e turística.

Perfil O neto de António Aleixo

Vítor Aleixo tem 60 anos e é presidente da câmara desde 2013, ano em que afastou o PSD da liderança do município. É neto do poeta popular António Aleixo e foi a "ambiência familiar" que fez dele um "pequeno empresário", como gosta de se descrever, dono de uma "livraria e papelaria". "A minha ligação à cultura deve-se muito ao meu avô", reconhece. Estudou em Lisboa, Baku (Azerbaijão) e licenciou-se em 1977 em História e Ciências Sociais na Universidade de Rostov/Don, na então União Soviética (um assunto que não gosta de explorar). É benfiquista e está ligado à política desde jovem.

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