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Entre a primeira conferência Investir em Saúde em 2016 e a atual em 2021 "foram investidos mais 4,5 mil milhões de euros no setor da saúde através dos impostos dos portugueses, o que significa duplicar a rede pública hospitalar em Portugal", revelou Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares no encerramento da 6.ª conferência Investir em Saúde no Pós-Covid-19. Questiona se este "investimento assombroso" está "realmente a conseguir reduzir desigualdades, aumentar a resolubilidade do setor público, melhorar a eficiência global do sistema de saúde. Em resumo, se estamos a criar mais saúde para os portugueses".
Nos últimos dois anos vivemos uma pandemia e "pensou-se que esta pandemia poderia servir para parar um pouco e repensar o sistema de saúde. Recomeçámos, mas esta retoma não tem sinais muito positivos porque pensámos em mais investimento para a saúde, mas não discutimos como esse investimento deve ser transformado em valor para as pessoas", disse Alexandre Lourenço.
Na sua opinião, o OE, por exemplo, deveria criar políticas, ser um instrumento para implementação de políticas de saúde. "É isso que nos falta, um caminho para o setor da saúde em Portugal, em que como podemos utilizar melhor o investimento na saúde", sublinhou o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
Mais 30 mil contratados
Alexandre Loureço refere que há várias formas de fazer investimentos em saúde, mas o que não se pode é voltar ao passado, com "projetos e políticas com ideias de há 20 anos". "Temos de pensar mais à frente, no setor daqui a dez anos e não implementar políticas e investimentos que foram pensados há 20 anos".
Há áreas já identificadas que precisam de investimento mas não se podem cometer os mesmos erros do passado. Tem de se pensar num sistema diferente, que "seja mais participativo, em que os doentes e as populações participam na sua gestão, em que os profissionais contribuam e estejam engajados, e, para isso, é preciso num novo modelo de governação". Citou Muir Gary e o modelo de curadoria em contraponto ao modelo centralizador que existe hoje, em muitos aspetos, nos Ministérios das Finanças e da Saúde, o que não ajuda a responder às necessidades das populações e ao desenvolvimento dos serviços de saúde locais.
"Se hoje temos um ponto de fragilidade enorme no sistema de saúde é o do incentivo aos profissionais de saúde. Nunca tivemos tantas pessoas a trabalhar no SNS, foram contratadas mais 30 mil pessoas para o sistema de saúde, mas hoje a nossa capacidade de valorizar estas pessoas está cada vez mais diminuída. Diferenciar os que trabalham melhor, de oferecer projetos individuais, e para isso só há uma forma de conseguir que é descentralizar a gestão pública nas nossas organizações através de modelos descentralizados e responsabilizantes de quem gere as organizações de saúde", concluiu Alexandre Lourenço.
Nos últimos dois anos vivemos uma pandemia e "pensou-se que esta pandemia poderia servir para parar um pouco e repensar o sistema de saúde. Recomeçámos, mas esta retoma não tem sinais muito positivos porque pensámos em mais investimento para a saúde, mas não discutimos como esse investimento deve ser transformado em valor para as pessoas", disse Alexandre Lourenço.
Na sua opinião, o OE, por exemplo, deveria criar políticas, ser um instrumento para implementação de políticas de saúde. "É isso que nos falta, um caminho para o setor da saúde em Portugal, em que como podemos utilizar melhor o investimento na saúde", sublinhou o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
Mais 30 mil contratados
Alexandre Loureço refere que há várias formas de fazer investimentos em saúde, mas o que não se pode é voltar ao passado, com "projetos e políticas com ideias de há 20 anos". "Temos de pensar mais à frente, no setor daqui a dez anos e não implementar políticas e investimentos que foram pensados há 20 anos".
Há áreas já identificadas que precisam de investimento mas não se podem cometer os mesmos erros do passado. Tem de se pensar num sistema diferente, que "seja mais participativo, em que os doentes e as populações participam na sua gestão, em que os profissionais contribuam e estejam engajados, e, para isso, é preciso num novo modelo de governação". Citou Muir Gary e o modelo de curadoria em contraponto ao modelo centralizador que existe hoje, em muitos aspetos, nos Ministérios das Finanças e da Saúde, o que não ajuda a responder às necessidades das populações e ao desenvolvimento dos serviços de saúde locais.
"Se hoje temos um ponto de fragilidade enorme no sistema de saúde é o do incentivo aos profissionais de saúde. Nunca tivemos tantas pessoas a trabalhar no SNS, foram contratadas mais 30 mil pessoas para o sistema de saúde, mas hoje a nossa capacidade de valorizar estas pessoas está cada vez mais diminuída. Diferenciar os que trabalham melhor, de oferecer projetos individuais, e para isso só há uma forma de conseguir que é descentralizar a gestão pública nas nossas organizações através de modelos descentralizados e responsabilizantes de quem gere as organizações de saúde", concluiu Alexandre Lourenço.
O pós-covid em destaqueo A 6.ª Conferência Investir em Saúde no Pós-Covid é uma iniciativa do Jornal de Negócios e a Janssen, companhia farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, com o apoio institucional da APAH - Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares e a Accenture como Knowledge Partner. Teve duas partes. A 14 de outubro teve como tema "O Pós-Covid: Prioridades para o Doente" e contou com uma comunicação de Stefan Gijssels, cofundador do Digestiv Cancer Europe, a que se seguiu uma mesa-redonda com Ana Sampaio, presidente da APDI - Associação Portuguesa Da Doença Inflamatória do Intestino, Ana Raimundo, presidente da SPO - Sociedade Portuguesa de Oncologia, e Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão, e que foi moderada por Diana Ramos, diretora do Jornal de Negócios.
A 15 de outubro o tema foi "O Pós-Covid: Prioridades para o Sistema e Hospitais", que se iniciou com uma comunicação de Sir Muir Gary, diretor executivo do Oxford Centre for Triple Value Healthcare, e contou com um debate moderado por Diana Ramos, diretora do Jornal de Negócios, e contou com Victor Herdeiro, presidente da ACSS - Administração Central do Sistema de Saúde, Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração, Centro Hospitalar Universitário de São João, e Rui Diniz, presidente da Comissão Executiva da CUF.
A 15 de outubro o tema foi "O Pós-Covid: Prioridades para o Sistema e Hospitais", que se iniciou com uma comunicação de Sir Muir Gary, diretor executivo do Oxford Centre for Triple Value Healthcare, e contou com um debate moderado por Diana Ramos, diretora do Jornal de Negócios, e contou com Victor Herdeiro, presidente da ACSS - Administração Central do Sistema de Saúde, Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração, Centro Hospitalar Universitário de São João, e Rui Diniz, presidente da Comissão Executiva da CUF.