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Standard & Poor’s sobe perspectiva de Portugal para estável

O “rating” da dívida soberana de longo prazo manteve-se em ‘BB’, que é um patamar da categoria de investimento especulativo, o chamado “lixo”.

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A agência de notação financeira S&P manteve o “rating” de Portugal em 'BB' (segundo nível de 'lixo'), tal como se esperava, mas melhorou o “outlook”, que passou de ‘negativo’ para ‘estável’.

 

A agência diz que o desempenho económico e orçamental de Portugal superou as expectativas. Sublinha também que o PIB do País deverá crescer em média 1,4% durante 2014 e 2015.

 

A S&P justifica a sua decisão de melhorar a perspectiva com a performance de Portugal no âmbito do programa de ajustamento da troika, acrescentando que o mercado laboral e a economia do País estão a recuperar mais depressa do que se esperava.

 

O panorama económico de Portugal melhorou claramente, tornando concretizáveis as metas orçamentais para este ano, refere a agência no seu relatório, citado pelo "The Wall Street Journal", sublinhando também que Portugal conseguiu uma boa almofada financeira que o deverá proteger de qualquer turbulência de curto prazo nos mercados. 

 

No entanto, deixa advertências, chamando a atenção para o facto de as necessidades financeiras para os próximos anos serem bastante elevadas. A dívida pública, actualmente em 129% do PIB, poderá também tornar-se insustentável se o País perder a sua dinâmica de crescimento, alerta.

 

“Pensamos que a baixa taxa de emprego – de par com um perfil demográfico desfavorável – poderá restringir o potencial de crescimento da economia no mais longo prazo”, diz ainda o relatório.

 

Recorde-se que, na sequência da crise política iniciada com a demissão “irrevogável” de Paulo Portas, no Verão passado, a S&P baixou a perspectiva para “negativa”, pelo que os analistas achavam pouco provável que esta sexta-feira a agência anunciasse uma subida de “rating”. Segundo as projecções, a melhoria deveria passar por uma subida da perspectiva, para “estável”, ou “positiva”. Confirmou-se a hipótese mais modesta.

 

Das três grandes agências, a Fitch é a única que já tem perspectiva ‘positiva’ para Portugal. Esperava-se que hoje a Moody’s e S&P pudessem tomar a mesma decisão. A S&P não o fez, falta saber o que tem a Moody's a dizer.

 

“Se a perspectiva de Portugal tiver pelo menos três ‘outlooks’ positivos no final da semana, isso não só ajudará a defender os actuais níveis dos juros da dívida soberana como também abrirá a porta a poderem baixar mais”, sublinhava no início desta semana uma nota de análise do Commerzbank. A Standard & Poor’s acabou por não dar um salto de dois níveis na melhoria da perspectiva, tendo preferido colocá-la em ‘estável’, mas isso significa que, para já, está posta de parte a ameaça de a notação financeira de Portugal poder baixar nos próximos tempos.

 

Uma subida também não parece provável ainda este ano, conforme frisa a S&P no seu relatório: “Os parâmetros do crédito soberano de Portugal estão a estabilizar e actualmente a probabilidade de desenvolvimentos que possam levar a uma subida ou descida do ‘rating’ ao longo dos próximos 12 meses é inferior a uma em três”."

 

Apesar de os calendários das agências para divulgação das suas decisões no que respeita à classificação da dívida soberana serem indicativos, uma vez que podem decidir não se pronunciar, espera-se que a Moody’s o faça este dia 9 de Maio, já que optou por nada dizer na anterior data prevista, 10 de Janeiro.

 

Esta é a primeira actualização de “rating” da S&P para Portugal desde que o Governo decidiu não renovar o contrato com esta agência. As notações financeiras atribuídas pela S&P passaram assim a ser “não solicitadas”.

 

(notícia actualizada às 07h03)

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